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Divulgação Cultural

Música na Biblioteca

Música na Biblioteca

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Solistas da Orquestra Metropolitana de Lisboa
CONCERTOS | 27 out. / 24 nov. / 15 dez. ’17 | 13h00 | Auditório | Entrada Livre

27 outubro
SCHOSTAKOVICH, MENDELSSOHN

Neste programa juntam-se duas obras que apetece ouvir de pé, tal é a impetuosidade dos ritmos e das melodias que se enredam de princípio ao fim, em ambos os casos. Tanta energia e disponibilidade expressiva deve-se em boa medida à circunstância de serem obras de juventude. Schostakovich começou por escrever um Prelúdio e parte de uma Fuga com apenas dezoito anos de idade, em 1924, ainda enquanto estudante do Conservatório de São Petersburgo, então Leningrado. A composição da sua 1.ª Sinfonia interrompeu o projeto durante um ano. Quando retomou o trabalho, já em Sloviansk, na atual Ucrânia, pretendia uma suíte em formato barroco. Por fim, acrescentou ao Prelúdio apenas um Scherzo, o qual afirmou mais tarde ser «a melhor peça que alguma vez escrevera».

Cem anos antes, em 1825, o jovem de dezasseis anos Felix Mendelssohn tinha oferecido como presente de aniversário ao seu amigo e violinista Eduard Rietz os quatro andamentos de outra partitura magistral, o Octeto Op. 20. Também aí se destaca o Scherzo. Inspirado no imaginário fantasmagórico do poema trágico de Goethe Fausto, era prenúncio da música que escreveu no ano seguinte para uma representação da peça teatral de Shakespeare Sonho de uma Noite de Verão.

As duas obras, de Schostakovich e de Mendelssohn, destinam-se à mesma formação instrumental, com dois quartetos de cordas fundidos no conjunto de quatro violinos, duas violas e dois violoncelos. Mas coincidem, sobretudo, na manifesta convicção de que a música não é um processo exclusivamente mental, como tantas vezes o repertório de tradição clássica aparenta conformar-se. A escuta também depende de uma dimensão corporal, que é mais ou menos subtil, mas está sempre presente.

Duas Peças, Op. 11, para octeto de cordas | D. Schostakovich
Octeto, Op. 20, para Eduard Rietz | F. Mendelssohn

Ana Pereira, Ágnes Sárosi, Alexei Tolpygo, José Teixeira (violinos) Joana Cipriano, Irma Skenderi (violas) Nuno Abreu, Ana Cláudia Serrão (violoncelos)

24 novembro
WEILL, LOPES-GRAÇA, ZEMLINSKY | Ciclo Compositores Exilados

Compositores Exilados é o mote de um ciclo de concertos que atravessa a Temporada de Música da Metropolitana 2017/18 e que traz a palco obras de compositores silenciados, em pleno século XX, pelos regimes políticos dos países onde viveram e onde exerceram a sua atividade musical. Ao longo de quatro concertos de câmara e de um concerto orquestral, ouviremos música – alguma da qual ainda hoje pouco tocada – de Kurt Weill, Alexander von Zemlinsky, Erich Wolfgang Korngold, Paul Hindemith e Fernando Lopes-Graça.

Em dois momentos, este ciclo contará com a presença de Amaury du Closel, músico que se tem debruçado amplamente sobre a questão do exílio, particularmente focada nos compositores silenciados pelo regime nazi. Rosto do Fórum Voix Étouffées, Amaury du Closel participará como conferencista num dos concertos, a 24 de novembro na Biblioteca Nacional de Portugal, e dirigirá, também naquele espaço, o concerto orquestral que, em junho de 2018 irá concluir o presente ciclo.

Quarteto de Cordas N.º 1, Op. 8 | Kurt Weill
Catorze anotações, LG 86 | Fernando Lopes-Graça
Quarteto de Cordas N.º 1, Op. 4 | Alexander von Zemlinsky

José Pereira, Joana Dias (violinos) Joana Tavares (viola) Catarina Gonçalves (violoncelo)

15 dezembro
RECITAL DE POESIA E MÚSICA

Recital com Poesia de Miguel Torga e Música para Flauta Solo.
Poemas de Miguel Torga: Romance, Pedagogia, Instrução Primária, Brinquedo, Dies Irae, Mirante, Haja Temeridade, À Poesia e Perfil.

Obras para Flauta Solo:
Poco adagio, 1.º and. da Sonata em Lá Menor, Wq 132 | C. P. E. Bach
Danse de la Chèvre, H. 39 | A. Honegger
Twett, para flautim | D. Dorff
Pièce | J. Ibert
Voice | T. Takemitsu
Syrinx, L. 129 | C. Debussy
Mimo, para flauta alto | C. Guedes
Delirium of my Desire, In memoriam Luciano Berio | L. Tinoco
Les Folies d’Espagne (arr. para flauta) | M. Marais

Janete Santos (flauta)
Lúcia Maria (atriz)

Fonte: bnportugal.pt

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Quando no final dos anos 50 e princípios de 60 se tornou evidente uma crise no regime do Estado Novo, logo acompanhada do início da guerra colonial, a historiografia portuguesa dava já sinais de renovação, em contacto com as práticas e teorias que noutras geografias se iam desenvolvendo. O Dicionário de História de Portugal (1963-71) de Joel Serrão, foi então uma expressão dessa mudança que se vinha desenhando desde o pós-guerra

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