Notícias
Divulgação CulturalColóquio | Viajantes e textos de viagens no Irão Safávida | 28-29 mar. | BNP
Viajantes e textos de viagens no Irão Safávida
COLÓQUIO | 28 – 29 mar. ’18 | Auditório | Entrada livre (sujeita a inscrição até 15 mar.)
O aparecimento dos Safávidas coincidiu com o renovado interesse europeu pelo Irão e, graças a um crescente número de textos de viagens impressos, tanto o país como os seus xás tornaram-se temas recorrentes na Europa durante a Idade Moderna. Apesar do Irão ter aparecido em textos de viagem medievais, a descoberta da imprensa tornou mais fácil divulgá-los a um público mais vasto, disseminando assim informação sobre o país, a sua história, população, religião, hábitos e costumes que fora feito anteriormente. Contudo, nem todos os textos produzidos são literatura de viagem, mesmo quando esta se torna num género próprio na Europa do Renascimento e Barroca, e nem todos os textos escritos foram impressos.
Os Safávidas são ainda contemporâneos de outro acontecimento de relevo na história da Ásia, a chegada dos europeus e o seu estabelecimento neste continente a partir de 1500. Tal trouxe consigo uma revoada de novos viandantes, que sucederam aos pioneiros italianos da Idade Média, caso dos portugueses, dos holandeses, dos ingleses, dos franceses, dos polacos e dos russos, numa diversidade de viajantes que dobravam a viagem com a sua condição de espiões, diplomatas, missionários, comerciantes, peregrinos e corre-mundos. Mas também há a registar viajantes asiáticos, nomeadamente os provenientes dos vizinhos impérios otomano e mogol, cujos escritos fornecem uma nova perspectiva sobre o Irão.
Esta passagem de viajantes e a produção de textos, todavia, não se traduziu num cosmopolitismo, apesar da origem variada de viandantes e dos seus escritos. O que aparece nestes textos varia consoante a origem, o tempo e a educação do viajante, embora os escritos tendem a reforçar a individualidade do Irão. Mais do que ideias, quem viajava para a Europa via Irão deixou registado um conjunto diversificado de informações sobre o seu presente xiita, mas também sobre o seu passado Clássico e bíblico de um país chamado tradicionalmente de Pérsia, cuja cultura irradiou para os países circunvizinhos e não tanto para o Ocidente. A imagem que daí nasceu nunca foi unívoca mas sim complexa, mau grado terem aparecido certos estereótipos a fim de apelar ao gosto pelo exótico entre os europeus. A religião pode ter sido o principal filtro de alteridade, mas o “outro” iraniano também ficou estabelecido por meio de outras categorias comparativas nos textos dos viajantes ocidentais. Tanto as palavras como a iconografia (gravuras, desenhos, pinturas) acabaram por formar uma imagem mais completa do Irão, a qual ficou gravada indelevelmente na mente e na imaginação dos europeus.
*As comunicações são apresentadas em inglês
Fonte: bnportugal.pt
Outros artigos em Divulgação Cultural:
Ciclo História e Ciências Sociais | A Naturalização de Hierarquias Racializadas e o Trabalho | 23 fev. | 13h00 | BNP
Um grupo de investigadores de várias instituições universitárias, leitores assíduos da Biblioteca Nacional de Portugal, organiza um ciclo de seminários quinzenais (dez. de 2021 a maio de 2022), para debater questões da «História e das Ciências Sociais».
Lançamento E-book | Inês de Castro: a imagem e o mito nas artes visuais | 18 fev. | 18h00 | BNP
Lançado no ano de 2019/20 pela APHA, o Concurso «Prémios APHA/Millennium bcp – José-Augusto França» visa distinguir trabalhos académicos de excelência no domínio da História da Arte realizados no âmbito da oferta pedagógica pós-graduada do Ensino Superior em Portugal.
Lançamento | A África e o Mundo: circulação, apropriação e cruzamento de conhecimentos | 17 fev. | 18h00 | BNP
Lançamento do livro A África e o Mundo: Circulação, apropriação e cruzamento de conhecimentos da autoria da Isabel Castro Henriques, numa edição Caleidoscópio, com apresentação de Miguel Bandeira Jerónimo.
Richard Bona Quintet – 09 Fev · Ciclo Jazz
Já lhe chamaram o “Sting africano”, já o elegeram como a reencarnação de Jaco Pastorius, mas o estilo singular e electrizante de Richard Bona colocam-no para lá de qualquer comparação.