Notícias
Divulgação CulturalPalestra | O universo dos livros «cartoneros» | 27 mar. | 18h00 | BNP
O universo dos livros cartoneros
EXPOSIÇÃO | 5 mar. | 18h00 | Sala de referência | Entrada livre / até 2 jun. ’18
PALESTRA | 27 mar. ’18 | 18h00 | Auditório | BNP | Entrada livre
27 março
Palestra por Fernando Villarraga, antecedida da exibição do documentário Carretera Cartonera (trailer), seguida de visita guiada à exposição.
«del cartón venimos y al cartón volvemos»
A história das editoras cartoneras – termo proveniente do espanhol cartón (cartão) – começa com um certa tonalidade de fábula trágica. Um país do hemisfério sul mergulhado em mais uma das suas crises cíclicas: eis o contexto histórico do qual emerge a primeira editora cartonera do mundo.
Conta-se que no início deste milénio, o escritor Washington Cucurto e o artista plástico Javier Barilaro tinham a intenção de criar na Argentina uma editora, mas como não tinham recursos para tal – as contas bancárias estavam congeladas – tiveram a ideia de fazer, por «brincadeira», um livrinho com textos fotocopiados e com capas de cartão. Daqui surge, em 2003, a hoje histórica Eloísa Cartonera.
Fundada como cooperativa no bairro de Boca, na capital argentina, as suas publicações distinguiam-se pelo aspeto artesanal, mesmo rudimentar, pois o objetivo primordial era colocar em circulação, a baixo custo, textos da literatura latino-americana, tornando o livro um objeto acessível para um vasto público leitor, sobretudo para os setores da população que têm permanecido à margem da cultura letrada.
A partir da experiência da Eloísa Cartonera, na Argentina, começam a surgir outras editoras similares: a Sarita Cartonera, no Peru, a Animita Cartonera, no Chile, a La Cartonera Cuernavaca, no México, a Yerba Mala, na Bolívia, a Dulcineia Catadora, no Brasil…
As editoras cartoneras são independentes e não têm vínculos ou apoios institucionais, o que lhes dá total autonomia para traçar a sua própria linha editorial: definir critérios de publicação, livros a produzir, tiragens, retribuição aos autores, espaços de circulação e venda, política de preços, mecanismos de divulgação, parcerias com outras editoras.
A originalidade do livro cartonero reside, em boa medida, no cartão, suporte utilizado para a elaboração das capas, e na intervenção plástica que nelas se opera, usando diferentes técnicas, o que lhes confere uma certa «aura», pois cada exemplar é único e singular.
Saliente-se também o forte cariz coletivo do «fazer cartonero», em cujas etapas – seleção dos textos a publicar, negociação do cartão, paginação e impressão os textos, corte e ilustração das capas, cosedura e colagem dos «miolos», realização de lançamentos e vendas – participam os elementos que integram a estrutura e um grupo variável de colaboradores externos.
Acrescente-se ainda que diversas editoras cartoneras optam também por realizar oficinas para promover a leitura, algumas vezes de forma articulada com a escrita, e ensinar os métodos de fabrico do livro cartonero. Os públicos são variados: crianças e jovens, moradores de bairros sociais, utentes de centros comunitários, grupos de idosos, e até presos em cadeias ou centros de reclusão. Com essas oficinas procura-se desmitificar o exercício da palavra escrita, visto como exclusivo de certos setores sociais, e o livro como objeto sofisticado e distante. Muitas cartoneras contam, aliás, nos seus catálogos com títulos que apresentam os textos que emanam dessas oficinas.
Porém, se o traço de rusticidade marca o primeiro projeto cartonero, regista-se um cada vez maior cuidado com a proposta plástica do livro por parte de muitas editoras cartoneras.
Esta exposição constitui, assim, uma pequena amostra do heterogéneo universo dos livros cartoneros e nela o visitante poderá observar o que editoras de diversos países da América Latina e da Europa publicam. O espírito que a guia é o de permitir que o público português conheça a proposta editorial que nasceu da precariedade e hoje se espalha pelo mundo.
A mostra é comissariada por Fernando Villarraga-Eslava, da editora Vento Norte Cartonero, e pelo editor Vasco Silva.
Fonte: bnportugal.pt
MINI CURSO | Wiki Loves Música Portuguesa: Como editar a Wikidata | 6-8 fev. ’24 | 14h30 | BNP – Sala de Formação – piso 2
Nesta formação de três dias (das 14h30 às 17h), além dos conceitos básicos de edição na base de dados, serão abordados tópicos específicos relacionados com edição sobre música
CICLO DE SEMINÁRIOS | Ciência e Cultura. Quebrar fronteiras – Doença mental temporária (…) | 29 jan. ’24 | 14h30-16h30 | BNP – Sala de Formação
A primeira sessão do Ciclo de Seminários “Ciência e Cultura – Quebrar Fronteiras” é dinamizada por Moreno Paulon (CHAM – Centro de Humanidades, NOVA FCSH) e subordinada ao tema “Doença mental temporária, construção social, viés científico. Definir a histeria”
AULAS DE DANÇA MENSAIS | Danças Antigas. Danças Barrocas | 20 jan. ’24 | 10h00-13h00 | Sala de Azul
Designamos por Dança Antiga o repertório coreográfico pertencente às cortes europeias entre os séculos XV e XVIII, com especial destaque para as fontes coreográficas escritas que, tendo chegado aos nossos dias, nos informam sobre a cultura e os hábitos palacianos
EU PINTOR – Exposição de Rodrigo Leal
RODRIGO LEAL, pintor “amante da técnica do óleo”, mostra-nos com os seus efeitos cromáticos, abundante recurso ao negro e claro-escuros, as marcas de uma incessante busca do perfeccionismo pictórico. Nos estudos, trabalhos “on progress” ou acabados, que trabalha em vários suportes, percebe-se a busca de inspiração nos “clássicos”, que liberta o artista para o seu experimentalismo associado ao cuidado técnico da sua pintura.