Notícias
Divulgação Cultural
Mostra | Maria José Marinho: 90 anos | 26 abr. – 16 jul. | BNP
Maria José Marinho: 90 anos
MOSTRA | Sala de Referência | 26 abr. – 16 jul. 2018 | Entrada livre
A Questão Coimbrã ou do Bom Senso e Bom Gosto iniciou-se em agosto de 1865, quase imediatamente após a publicação de Odes modernas, de Antero de Quental, quando este, na sequência do ataque de A. Feliciano de Castilho, inserido no posfácio do Poema da mocidade, de Manuel Pinheiro Chagas, lhe respondeu com o opúsculo Bom Senso e Bom Gosto. Carta ao Excelentíssimo Senhor António Feliciano de Castilho.
Nascia assim a nossa ainda hoje maior polémica literária, uma espécie de «guerra» entre «antigos» e «modernos»: Castilho e os seus discípulos, acompanhados por Ramalho Ortigão e Camilo Castelo Branco, contra os jovens bacharéis (a chamada Escola de Coimbra), principalmente Antero de Quental e Teófilo Braga, seguidores entusiastas das modernas correntes literárias europeias que começavam a chegar a Portugal.
A verdadeira batalha que se seguiu durou mais de seis meses, até meados do verão de 1866, e durante esse espaço de tempo publicaram-se cerca de meia centena de opúsculos e um número incalculável de artigos em jornais e revistas.
Em 1966, cem anos passados sobre o desencadear da polémica, a Portugália Editora decidiu editar a obra Bom Senso e Bom Gosto. A Questão Coimbrã, quatro imponentes volumes da autoria de Alberto Ferreira, tal como consta em todas as capas. Nas respetivas folhas de rosto podemos ler que a recolha, notas e biobibliografia são da autoria de Maria José Marinho. Trabalho ciclópico, pois ela é ainda a responsável pela inclusão de textos adicionais em cada um dos volumes e, por último, também da bibliografia cronológica de toda a obra, bem como dos índices biobibliográficos dos autores citados, de títulos citados e de personalidades mitológicas e históricas.
Maria José Marinho deve ser considerada com toda a justiça coautora desta monumental realização. A injustiça cometida nas capas da edição da Portugália foi reparada na segunda edição da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (1985-1989), onde já surge em paridade a menção dos nomes de Alberto Ferreira e de Maria José Marinho.
Maria José Vieira Marinho, que nasceu no Porto a 21 de abril de 1928, era filha do filósofo José Marinho. Aí frequentou o Liceu Carolina Michaëlis e, mais tarde, em Lisboa, a Faculdade de Letras, onde concluiu o curso de Ciências Histórico-Filosóficas. Conheceu o ensaísta Alberto Ferreira, ainda como explicando do pai, com o qual veio a casar. Iniciou depois a atividade de tradutora tendo, nessa qualidade, divulgado relevantes obras da literatura europeia e mundial, tais como, entre muitas outras, Adolfo, de Benjamin Constant; Temor e tremor, de Kierkegaard; Aureliano, de Louis Aragon; Nana, de Émile Zola; Introdução à Medicina Experimental, de Claude Bernard; A colina da saudade, de Han Suyin.
Em 1981 ingressa na Biblioteca Nacional (BN) onde, já em 1982, passou a integrar a Área de Espólios (atual Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea.
Organizou e inventariou inúmeros espólios literários, de que se destacam os de Oliveira Martins, de Ramalho Ortigão, de Virgínia Vitorino (com Júlia Ordorica), de Bernardo Pindela, o Conde de Arnoso, de António Boto (com Aurora Machado), de José Estevão. Mas foi sobretudo ao organizar o imenso espólio de Jaime Batalha Reis que ela se tornou na maior especialista deste importante elemento da Geração de 70. Revista inglesa: crónicas, de Jaime Batalha Reis (org., introd. e notas de Maria José Marinho. Lisboa: D. Quixote, 1988); O essencial sobre Jaime Batalha Reis (Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1996) são obras que atestam a sua ação pioneira na divulgação da personalidade do nosso último cônsul na Rússia dos Czares.
Registe-se ainda a edição de Alberto Ferreira, 1920-2000; escrita e intervenção (Lisboa: BNP, 2010), com Manuela Vasconcelos, e a sua colaboração assídua na imprensa, principalmente na Revista da Biblioteca Nacional e nas páginas literárias do Diário de Lisboa.
Além do trabalho desenvolvido na Biblioteca Nacional, contribuiu também para o enriquecimento patrimonial da instituição, estando na origem da doação,
Fonte: bnportugal.pt
Outros artigos em Divulgação Cultural:
Concerto de Solidariedade de apoio à Ucrânia – 30 de março
Perante a terrível guerra que a Ucrânia vive e à qual o mundo assiste como a maior crise europeia e humanitária do séc. XXI, a Ordem dos Médicos, com o apoio da Orquestra Sinfónica APROARTE e da Casa da Música, irá realizar um Concerto de Solidariedade e de Angariação de Fundos para o povo ucraniano.
Seminário | Iconografia religiosa na América portuguesa e a influência de quatro manuais devocionais impressos em Lisboa … | 17 mar. | 16h00
A Igreja Tridentina fez intenso uso da imprensa como meio de divulgação dos seus preceitos, dogmas, doutrinas e estimados comportamentos decorosos. A produção e difusão de livros católicos intensificaram-se nos séculos XVI, XVII e XVIII, motivadas por diferentes segmentos da hierarquia eclesiástica.
Orquestra Jazz de Matosinhos & Guillermo Klein · 20 Março · Ciclo Jazz
A Orquestra Jazz de Matosinhos abre as portas às residências artísticas com algumas das figuras mais criativas da escrita para big band. A primeira aventura é com Guillermo Klein, uma das vozes mais singulares no âmbito da composição actual, dentro e fora do jazz, com uma abordagem original que tanto parte dos ritmos tradicionais como da música clássica argentina do século XX
Lançamento e Homenagem | «Os Açores no século XIX», de Maria Isabel João | 16 mar. ’22 | 18h00 | BNP
Os Açores no século XIX – economia, sociedade e movimentos autonomistas, da autoria de Maria Isabel João (1955-2020), constitui a primeira e única visão global disponível sobre a história dos Açores no século XIX. Abarca atividades económicas, estrutura social, integração do arquipélago, o problema da insularidade e da dependência do Continente