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Divulgação CulturalEnsaio aberto | Sementes do Fado / Os Músicos do Tejo | 9 maio | 18h00 | BNP
![Ensaio aberto | Sementes do Fado / Os Músicos do Tejo | 9 maio | 18h00 | BNP Ensaio aberto | Sementes do Fado / Os Músicos do Tejo | 9 maio | 18h00 | BNP](https://www.josepocas.com/wp-content/uploads/2018/05/fadop.png)
Sementes do Fado / Os Músicos do Tejo
Modinhas, lunduns e música instrumental portuguesa do fim do século XVIII e início do século XIX
ENSAIO ABERTO | 9 maio ’18 | 18h00 | Átrio da BNP | Entrada Livre
Pegando na tradição do Fado e seguindo-lhe o rasto em direcção a um passado distante, estes músicos, de diferentes géneros, deixam os seus terrenos habituais e aventuram-se num som que está a meio caminho entre o Fado e a Música Barroca. Sementes do Fado é um encontro entre dois mundos diferentes. Por um lado, músicos formados dentro do movimento da música antiga e por outro um músico excepcional, Ricardo Rocha (neto de Fontes Rocha, principal acompanhador de Amália Rodrigues), formado numa longa tradição oral em que o Fado se baseia.
A ideia subjacente é dar um novo contributo para o maior conhecimento da génese do fado retratando o contexto musical da segunda metade do século XVIII/princípios do XIX em Portugal. Este trabalho integra-se nos estudos que mais recentemente têm sido feitos pela musicologia nacional e brasileira com vista a esclarecer as origens misteriosas do fado. Autores como Salwa Castelo-Branco, José Ramos Tinhorão e, em especial, Rui Vieira Nery têm salientado o aparecimento neste período da guitarra portuguesa (nessa altura chamada de guitarra inglesa) e de formas musicais (a modinha, o lundum, etc.) que viriam a fertilizar o terreno donde, bastante mais tarde, irá brotar o fado.
O repertório inclui interessantes obras do primeiro repertório específico para guitarra portuguesa assim como várias «modinhas», tendo sido escolhidas aquelas em que se pressentem ambientes poético-musicais mais próximos do Fado.
No que toca à interpretação, é de salientar que graças à junção de músicos com percursos tão diversos inspirando-se mutuamente (o Fado tradicional no caso de Ricardo Rocha e a música antiga segundo critérios estilísticos históricos no caso de Ana Quintans e Marcos Magalhães), se conseguiu (quer pelo «estilar» fadista quer pela ornamentação barroca) um som inovador e diferente que permite salientar o perfume fadista avant-la-lettre destas «modinhas» tão em voga nas cortes e salões setecentistas.
Programa
António da Silva Leite (1759-1833) | Andantino – Tocata do Sr. Francisco Gerardo – Minuete (a)
Vitorino José Coelho (início do século XIX) | Avezinha (b)
António José do Rego (fl. 1783–1821) | Frescas Praias do Barreiro (b)
José Acuña (?–1828) | Os laços d’ Amor (b)
António da Silva Leite | Amor concedeu-me um prémio (c)
Manuel José Vidigal (fl. 1796-1826) | Minuette nº 3 em Lá menor (d)
Francisco Xavier Baptista (?–1797) | É somente a minha vida sempre penar e sofrer (modinha) (c)
Anónimo (início do século XIX) | Foi por mim, foi pela sorte (modinha) (e)
Raphael Coelho Machado (1814–1887) | Fenece doce esperança (modinha) (e)
Momento “Lundum”, conjunto de Lunduns tocados de maneira livre e improvisada
Anónimo (início do séc. XIX) | Os efeitos da ternura (f)
Anónimo (finais do séc. XVIII) | Ganinha, minha ganinha (g)
José Joaquim Lodi (?–1856) | Sem ciúmes, sem suspeitas (modinha) (e)
Marcos António Portugal (1762–1830) | Você trata amor em brinco (h)
José Palomino (1755-1810) | Duetto de Marujo e Regateira no Entremez das Regateiras Zelozas no Theatro Nacional do Salitre (1801) (f)
Anónimo (início do século XIX) | Hei-de amar-te até morrer! (i)
José Maurício (1752–1815) | Que fiz eu à natureza (c)
a) Estudo da guitarra, Porto, 1796
b) Códice Nº 658 (Fundo da Manizola), Biblioteca Pública de Évora
c) Jornal de modinhas com acompanhamento de cravo pelos milhores autores,
publicado por Francisco Domingos Milcent e Pierre André Marchal, Lisboa, 1792-1797
d) Seis minuettes para guitarra e baxo, 1796
e) Modinhas luso-brasileiras; transcrição e estudo de Gerhard Doderer, (Portugaliae Musicae, v.44), Fundação Calouste Gulbenkian, Serviço de Música, Lisboa, 1984.
f) Biblioteca Digital Hispanica
g) Biblioteca da Ajuda MS 54-X-37 (32)
h) Modinhas by Marcos Portugal (ed. Rejane Paiva and David Cranmer), Lisboa, Instituto das Artes, 2006.
i) Modinhas Imperiais, transcrição e estudo de Mário de Andrade (1930) 3ª edição, São Paulo, Itatiaía, 1980.
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Os Músicos do Tejo
Direção: Marcos Magalhães
Ana Quintans | Voz
Marco Oliveira | Viola de fado e voz
Marcos Magalhães | Cravo e direcção musical
Fonte: bnportugal.pt
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A cultura portuguesa no século XVI conheceu o mundo. Muitas são as obras escritas por portugueses – de grandes livros a pequenos textos, passando por poemas isolados – que foram impressas além-fronteiras. Umas acompanharam a diáspora dos seus autores, outras foram aí produzidas por razões económicas ou por interesse dos locais nos escritos desses portugueses – uns vivos, outros mortos.