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Mostra | Padre Manuel Antunes (1918-1985): um pedagogo da democracia | 12 jun. – 31 ago. | BNP
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OPadre Manuel Antunes (1918-1985): um pedagogo da democracia
MOSTRA | 12 jun. – 31 ago. ’18 | Piso 0 | Entrada livre
Há grandes personalidades pouco conhecidas, mas que sonharam um mundo melhor e inspiraram a sociedade livre e democrática em que hoje vivemos. O padre e professor Manuel Antunes (1918-1985), foi uma dessas figuras extraordinárias que nasceu há cem anos, no fim da Primeira Guerra Mundial.
Formou-se na Companhia de Jesus, tornou-se padre jesuíta, foi professor de mais de 15 mil alunos na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ensinou jovens que se tornaram líderes, professores, poetas, atores, escritores. Ajudou muitos com sabedoria e «paciência revolucionária», aquando da perseguição política e da censura, de que também foi alvo.
Pensou e escreveu sobre os diferentes temas e problemas do mundo do passado, do presente e do futuro. Escreveu os seus textos, assinando-os com 126 pseudónimos, sobre Filosofia, Psicologia, História, Teologia, Literatura, Sociologia, Antropologia, Economia, Política, sobre civilizações antigas e modernas e sobre os diversos povos, países e continentes do mundo. Deixou um exemplo de homem bom e universal. É o percurso e a obra desta figura fascinante, o professor Manuel Antunes, sj, considerado um dos maiores sábios do século XX, que damos a conhecer nesta mostra.
Ressonâncias de um sábio discreto
«Nos auspiciosos e utópicos anos 60 e 70 do século XX, Manuel Antunes emergiu como um intelectual da cidade e do mundo com um pensamento político e social inovador, prospetivo. Antunes era um hermeneuta fino do presente e um pensador político do futuro.
Na verdade, o P.e Manuel Antunes (1918-1985) legou-nos um pensamento muito sagaz e avançado sobre Portugal e a Europa, na relação com o mundo em processo de globalização. A reflexão antoniana está patente num número significativo de textos, alguns deles com carácter prospetivo, que ainda hoje podem ser lidos com grande proveito, pois mantêm uma atualidade plena. Aliás, Manuel Antunes soube antecipar, nos anos 60 e 70 do século XX, com uma argúcia e lucidez extraordinárias, derivas, problemas e desfechos da vida portuguesa e internacional.
[…]
O P.e Manuel Antunes distinguiu-se como diretor e redator da prestigiada revista Brotéria (1965-1982), para a qual escreveu centenas de artigos sobre Educação, Cultura, Filosofia, Classicismo, Política, Teologia e Economia, assinados quer ortonimamente, quer com recurso a pseudónimos. Ao todo, são 126 os pseudónimos conhecidos sob os quais Manuel Antunes assinou muitos dos seus escritos, sendo por esse motivo considerado o autor lusitano que mais recorreu à pseudonímia, recurso sistemático que se justifica pela necessidade sentida de iludir a censura do Estado Novo.
Mas a sua ação mais marcante aconteceu nos auditórios da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde foi professor de disciplinas filosóficas e humanísticas durante dezenas de anos (1957-1983). Ali formou mais de 15.000 alunos, mormente com a cadeira de História da Cultura Clássica, que era transversal aos vários cursos de Letras, entre a década de 50 e a década de 80. As suas aulas são recordadas, pelos seus alunos que hoje exercem atividade profissional e cultural em diversos sectores da sociedade portuguesa, como uma referência, pelo seu saber e pela sua capacidade pedagógica invulgares».
Introdução de José Eduardo Franco à obra A anatomia do presente e a política do futuro: Portugal, a Europa e a globalização – Padre Manuel Antunes. Lisboa: Bertrand Editora, 2017, p. 17-19.
Fonte: bnportugal.pt
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A escrita é apenas a fixação de palavras ou de pensamentos, seja essa escrita feita de que forma for: manuscrita, talhada, gravada, impressa, digitada ou até automatizada (por exemplo, quando se dita para um aparelho e ele escreve o que escuta). Quem escreve sabe ler, naquilo que escreveu, o que esses símbolos querem dizer.