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Mostra | Vitorino Magalhães Godinho. A pensar e a querer agir, uma vida exemplar | 21 maio – 31 ago. | BNP
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Vitorino Magalhães Godinho (1918-2011)
A pensar e a querer agir, uma vida exemplar
MOSTRA | Sala de Referência | 21 maio – 31 ago. ’18 | Entrada livre
SESSÃO | 20 junho ’18 | 18h00 | Auditório BNP | Entrada livre
20 junho: conferência de Joaquim Romero Magalhães com testemunhos de Ana Isabel Buescu, David Justino, Diogo Ramada Curto, Eurico Gomes Dias, Jorge Crespo, Maria Eugénia Mata, Pedro Tavares de Almeida (a confirmar) e Rui Santos.
Vitorino Barbosa de Magalhães Godinho nasceu em Lisboa a 9 de junho de 1918. Era filho de Vitorino Henriques Godinho e de Maria José Vilhena Barbosa de Magalhães. No ensino secundário, no Liceu de Gil Vicente, em Lisboa, teve como professores Câmara Reis, Newton de Macedo, entre outros. Convive com os intelectuais da Seara Nova, em especial com António Sérgio, sendo nessa revista que sai o seu primeiro escrito.
Terminado o ensino secundário no Liceu de Pedro Nunes em Lisboa, ingressa na Faculdade de Letras na licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas que constitui uma desilusão e na qual se comporta como «franco-atirador», aprendendo autodidaticamente em contacto com os grandes mestres: Pirenne, Marc Bloch, Lucien Febvre, La Blache, Gordon Childe, Brunschvicg, Goblot, Pierre Janet, Piaget, Paul Guillaume, e muitos outros, sem esquecer os portugueses, Jaime Cortesão, António Sérgio, Duarte Leite e Veiga Simões.
Da reflexão filosófica sairá como primeiro trabalho de fôlego: Razão e História. Frequenta o estágio para professor de liceu, de onde transitará depois como professor extraordinário para o grupo de História da Faculdade de Letras.
Por volta de 1943-1945, publica duas obras fundamentais no seu percurso: A Expansão quatrocentista portuguesa. Problemas das origens e da linha de evolução e Documentos sobre a Expansão portuguesa. Tornado incómodo na Faculdade de Letras de Lisboa, onde o Conselho Diretivo decide fiscalizar-lhe as aulas, acaba por sair. Ingressa no Ateneu Comercial de Lisboa onde, entre 1944 e 1946, ensina livremente, dedicando-se também à edição de livros que dirige e traduz.
Em 1947, Pierre Hourcade, diretor do Instituto Francês em Lisboa, obtém, com o patrocínio de Marcel Bataillon, de Lucien Febvre e depois de Fernand Braudel, a sua contratação como investigador do Centre National de la Recherche Scientifique. Até 1960 permanece em Paris, então o centro determinante do progresso do saber histórico, onde se tenta historicizar as Ciências Sociais e fecundar a História com os objetos, as teorias e as metodologias das demais ciências sociais.
Na posse do seu doctorat d’État, obtido em 1959, regressa a Portugal a convite de Adriano Moreira, diretor do Instituto Superior de Estudos Ultramarinos. Durante a crise académica, manifesta o seu apoio aos estudantes, o que o levará à demissão compulsiva. Dirá depois: «Tive a honra de ser o único professor catedrático demitido».
Mantém-se em Portugal, na atividade editorial privada, mas a França não o esquecera. A Académie de Marine galardoa-o com o grande prémio em 1970 e, no ano seguinte, por sugestão de Albert Silbert e Michel Mollat, será catedrático na Universidade de Clermont-Ferrand, onde ficará até 1974 e será feito doutor honnoris causa.
Ocupa o cargo de Ministro da Educação e Cultura entre julho e novembro de 1974 e em 1978 assume funções de professor catedrático na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Passa, entre 1984 e 1985, pela direção da Biblioteca Nacional, chegando, em 1988, à jubilação. Considera então que a sua vida fora conduzida por três vetores: o professorado, a pesquisa científica e a intervenção cívica.
Encerrado o professorado, iria viver mais 23 anos, produzindo inúmeros artigos e recebendo, em 1991, o Prémio da Fundação Balzan, ponto máximo do reconhecimento do seu labor docente e da qualidade da sua pesquisa de historiador.
Morre, plenamente lúcido, a 26 de abril de 2011.
Fonte: bnportugal.pt
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