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Divulgação CulturalSessão inaugural | A. Campos Matos e os estudos queirosianos | 5 jun. | 16h00 | BNP
A. Campos Matos: 90 anos
MOSTRA | SESSÃO DE HOMENAGEM | 5 jun. ’18 | 16h00 | Sala de Referência | Entrada livre / até 31 ago. ’18
Sessão A. Campos Matos e os estudos queirosianos
16h00
Inauguração da mostra
16h15-17h15
Conferências de Eugénio Lisboa, João Medina e Marie-Hélène Piwnic
Moderação: Luís Santos Ferro
Intervalo
17h30-18h40
Testemunhos de Helena Buescu, João Bigotte Chorão, Luís Santos Ferro, Manuel Frias Martins, Américo Guerreiro de Sousa, José Carlos Vasconcelos, Vítor Viçoso e Jorge Martins.
Moderação: Luís Santos Ferro
Intervalo
19h00
Lançamento da obra 94 reflexões queirosianas, apresentada por Eugénio Lisboa
Nascido em 1928, na Póvoa de Varzim, Alfredo Campos Matos viria a licenciar-se em Arquitetura, pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, sendo a sua primeira obra o estúdio na casa do seu pai, na Póvoa de Varzim. Publica, em 1959, Algumas considerações sobre problemas da arquitectura contemporânea.
Autor de vários projetos que revelam um profundo conhecimento das grandes linhas de inovação da arquitetura contemporânea, A. Campos Matos vai, em 1960, para Lisboa, onde trabalhará, até se reformar, na Direcção-Geral de Urbanização, ocupação que, segundo Siza Vieira, «além de ter proporcionado ao projectista uma formação complementar abriu a Campos Matos novas oportunidades e permitiu-lhe viajar repetidamente e visitar, por exemplo, as chamadas new towns da Finlândia à Inglaterra».
O futuro grande queirosianista não foi um mero turista superficial no campo da arquitetura, pelo contrário, foi um arquiteto empenhado, profundamente atualizado e atuante.
Mas, muito cedo, a leitura do romance A Relíquia, de Eça de Queirós, o deslumbraria e o chamaria para essa «segunda profissão» de estudioso queirosiano, que nunca mais abandonou. Biógrafo, analista, divulgador de imagens e de correspondência, ensaísta arguto, caçador de minúcias mais ou menos despercebidas do leitor desatento, A. Campos Matos quis «conhecer tudo».
Do seu vasto labor é difícil selecionar as obras fundamentais, tantas são elas: desde o primeiro livro – Imagens do Portugal Queirosiano (1975) –, passando pelo monumental e preciosamente útil Dicionário de Eça de Queiroz, de 1988, com uma 3.ª edição em 2015, pela imprescindível Correspondência Emília de Castro-Eça de Queiroz (1995), que, para sempre, demoliu a lenda do mariage de raison, pela coletânea Sobre Eça de Queiroz (2002), pela Fotobiografia, de 2007, pela edição, em dois volumes, da Correspondência (2008), até chegarmos, por fim, à excelente Eça de Queiroz: uma biografia, de 2009, com uma 3.ª edição em 2017 e uma edição brasileira em 2014.
Sobre as outras biografias que entre nós se têm publicado, dedicadas ao autor de O Primo Basílio, será também ler o livro de A. Campos Matos, 7 biografias de Eça de Queiroz (2008).
A ação de promover a obra e a personalidade do autor de A Capital não se circunscreveu, em Campos Matos, ao ato de escrever e publicar obras essenciais a uma leitura melhor e mais esclarecedora dos livros de Eça. A. Campos Matos desempenhou tarefas importantes. Foi membro do Conselho Cultural da Fundação Eça de Queirós, fez o inventário do património da Casa de Tormes, colaborou nas celebrações do centenário da morte do escritor, produzindo a exposição itinerante intitulada Eça de Queirós: marcos biográficos e literários (1845-1900), com o respetivo catálogo, tendo também escrito o guião do vídeo-filme Eça de Queirós: realidade e ficção.
De entre as obras ultimamente publicadas, Campos Matos salientaria, como de sua particular preferência, o Diário íntimo de Carlos da Maia, que congeminou atribuir ao protagonista de Os Maias e que teria sido supostamente redigido após os acontecimentos relatados no romance de Eça.
É toda a vida do arquiteto e do queirosiano que, através de livros, fotografias e objetos pessoais, por ocasião dos seus 90 anos, esta mostra pretende retratar.
Fonte: bnportugal.pt
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