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Divulgação CulturalMostra: Fernando Guimarães: 90 anos | 25 jul. | 18h00 | BNP
Fernando Guimarães: 90 anos
MOSTRA | 25 jul. | 18h00 | Sala de Referência | Entrada livre / até 28 set. ’18
Fernando de Oliveira Guimarães (1928-) é um intelectual português cuja obra poliédrica se distribui, ao longo das últimas décadas, por várias frentes. Formado em Filosofia, a poesia ocupou sempre um lugar de destaque na sua vida. A sua própria obra poética, encetada com A face junto ao vento (Eros, 1956), continua-se até ao presente com o mais recente A terra se é leve (Afrontamento, 2017).
Começou como ensaísta com O problema da expressão poética (1959) e ainda este ano publicou o seu mais recente livro de ensaios, O homem, o sagrado e a arte (2018). Preocupa-se sobretudo com as questões ligadas à eclosão do movimento modernista e suas relações com o Simbolismo e o Romantismo. Professor de Literatura, os seus interesses académicos refletem as traduções que foi publicando, muitas vezes em coautoria com a mulher Maria de Lourdes Guimarães, sendo de destacar uma antologia fundamental de poetas românticos ingleses, bem como outros poetas da língua inglesa como Dylan Thomas ou D.H. Lawrence.
Esta mostra apresenta-o em quatro grandes vertentes: tradução, ensaio, poesia e revistas literárias.
A sua extensa e multifacetada obra ensaística foi agraciada com o Prémio de Ensaio Vergílio Ferreira, em 2006, atribuído pela Universidade de Évora, na qual se salientam os estudos incontornáveis sobre o período finissecular, sobretudo no que toca ao Simbolismo, com Poética do Saudosismo (1988) e Poética do Simbolismo em Portugal (1990). Ainda no que toca ao Modernismo, A poesia da Presença e o aparecimento do Neo-Realismo em Portugal, publicado já em 1969, representa o primeiro de muitos títulos onde as problemáticas relativas ao Modernismo português são abordadas.
Fernando Guimarães tem visto, nos últimos anos, a sua obra poética ser consagrada com alguns dos prémios mais prestigiantes a nível nacional: Prémio D. Dinis (1985), Pen Clube Português (1988, 2008), Prémio Luís Miguel Nava (2003), Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes (2014). Estará patente na mostra um poema inédito manuscrito e exemplares das publicações periódicas nas quais teve colaboração mais ativa: Eros (1951-58, 15 números) e Tempo Presente (1959-61, 27 números). Também Vértice e Via Latina, e ainda Bandarra, revista literária do Porto onde estiveram envolvidos António Rebordão Navarro e o poeta Egito Gonçalves, contaram com a sua colaboração (ainda como F. Oliveira Guimarães).
Também demonstrou interesse pelo pensamento da poesia, seja no que diz respeito ao pensamento sobre os limites e múltiplas (in)definições do fenómeno poético, atestado por obras como Conhecimento e poesia (1992), que contém um dos primeiros textos de fôlego sobre O livro do desassossego, seja pelo questionamento da poesia contemporânea, de que constitui exemplo paradigmático A poesia contemporânea portuguesa. Continua, aliás, a discorrer ativamente sobre os novos títulos de poesia numa rubrica quinzenal no JL – Jornal de Artes, Letras e Ideias.
Com esta mostra, no ano em que Fernando Guimarães perfaz 90 anos, pretende-se que, mais do que uma homenagem, ela seja sobretudo a celebração de uma vida, de um legado e do percurso exímio de um intelectual ativo e que nunca nos deixa de surpreender.
Fonte: bnportugal.pt
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Na esteira das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil (1822), a Biblioteca Nacional de Lisboa promove um colóquio que reunirá especialistas portugueses e brasileiros sobre o tema.