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“Bébé ao colo da sua mãe” e “Monólogo””

“Bébé ao colo da sua mãe” e “Monólogo”
“Bébé ao colo da sua mãe” (1914) (Mary Cassatt, 1843-1926) e “Monólogo” (2005) (Heike Ruschmeyer, 1956- )
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O diálogo com as crianças tem, muitas vezes, de se servir da figura tutelar dos pais, em particular, da mãe, pois estes(esta) são(é) percecionados(a) instintivamente como alguém que a protege, e o médico é, ao inverso, quase sempre visto como um “intruso”, quando não, um “agressor”. Nestes quadros, podemos percecionar muito bem esta realidade, o que deve obrigar o médico a fazer um necessário exercício de antecipação. Ao colo da mãe, certamente encontraremos uma criança confiante e com um sorriso, como pintou a artista norte-americana de origem francesa (aquela que foi uma corajosa defensora do movimento feminista, tendo deixado o maior número de registos pictóricos sobre este tema, e sido discípula do grande pintor francês, Edgar Degas, e colega de aventuras estilísticas de outra grande pintora francesa, Berthe Morisot), mas, quando sozinha, em particular no início da adolescência, poderemos depararmo-nos com alguém que literalmente se fecha como uma concha sobre si mesma e nos chega a virar a cara, como o exibe a pintora alemã Heike Ruschmeyer. Nestas circunstâncias, é preciso, acima de tudo, dar tempo ao tempo e ser paciente e compreensivo, buscando, através de estratégias alternativas, que o médico deve aprender a dominar, para contornar adequadamente esta dificuldade inicial.

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