Destaques
quadros comentados
“Doença imaginária” e “O suposto inválido”
“Doença imaginária” (1850) e “O suposto inválido” (1850) de Honoré Daumier, 1808-1879
Mazurka nº 38
![Citação em destaque](https://www.josepocas.com/wp-content/uploads/2017/11/Bquadrodestq.png)
O autor destes quadros foi um grande artista plástico francês do século XIX. Muito polifacetado (pintor, escultor e litografista) distinguiu-se sobretudo como caricaturista. É sabido que existem contextos clínicos particulares em que o diálogo é muito difícil ou mesmo impossível entre a pessoa do médico e a do doente. Sendo o diálogo (falado e escutado) uma peça muito importante para se estabelecer um adequado relacionamento entre estes dois únicos protagonistas do Ato Médico, deve considerar-se que existem outras formas de comunicação possíveis, não devendo nenhuma excluir as restantes. A comunicação pela escrita, e a importância do toque, dos gestos, e da expressão facial, em particular do olhar, nunca devem ser descuradas. Autores como Charles Darwin (naturalista inglês), Johann Lavater (filósofo suíço), Charles Bell (cirurgião inglês), Charles Le Brun (artista plástico francês) e Pierre Marie Gault de Germain (também artista plástico francês), publicaram ensaios sobre a importância da interpretação das expressões fisionómicas, exemplificando-os com alusivas ilustrações.
Contudo, um dos cenários em que, não sendo o diálogo impossível (antes pelo contrário), existe uma dificuldade notória em descodificar o seu real significado, é quando a doença é, como se alude nestas duas caricaturas, “imaginária”. A sabedoria popular afirma, com toda a sua perspicácia, que “a mania é pior do que a doença”. Mas mesmo nestes casos, o médico não pode liminarmente dizer que a “doença está ausente”, e assim abandonar de imediato, à sua triste sorte, quem o procura por alegado sofrimento, afirmando perentoriamente que essa pessoa não sofre de nenhum distúrbio concreto. Por questões éticas e porque, bem apurados os factos, até pode haver alguma ajuda a oferecer ao “doente” ou existir alguma patologia séria “escondida” por trás das aparências.
Outros quadros comentados:
![“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”](https://www.josepocas.com/wp-content/uploads/2019/11/qc94fb.jpg)
“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”
Um dos atributos mais nobres do médico é o de ser capaz de descodificar, através da observação clínica, os estados de alma dos seus doentes. Nas expressões faciais. No olhar. Nos gestos
![“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”](https://www.josepocas.com/wp-content/uploads/2019/11/qc93fb.jpg)
“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”
Existe um debate, desde há muitos anos, acerca da natureza da Medicina: Arte ou Ciência, pergunta-se? Possivelmente, direi, ambas!
![“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”](https://www.josepocas.com/wp-content/uploads/2019/11/qc92fb.jpg)
“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”
O(s) autor(es) o livro intitulado “QuimioRadiolândia: Viagem sem regresso a uma fortaleza chamada oncologia”, aí escalpelizam toda problemática do relacionamento médico-doente na vertente de utilizadores dos serviços de saúde