Destaques
quadros comentados
“Doença imaginária” e “O suposto inválido”
“Doença imaginária” (1850) e “O suposto inválido” (1850) de Honoré Daumier, 1808-1879
Mazurka nº 38
O autor destes quadros foi um grande artista plástico francês do século XIX. Muito polifacetado (pintor, escultor e litografista) distinguiu-se sobretudo como caricaturista. É sabido que existem contextos clínicos particulares em que o diálogo é muito difícil ou mesmo impossível entre a pessoa do médico e a do doente. Sendo o diálogo (falado e escutado) uma peça muito importante para se estabelecer um adequado relacionamento entre estes dois únicos protagonistas do Ato Médico, deve considerar-se que existem outras formas de comunicação possíveis, não devendo nenhuma excluir as restantes. A comunicação pela escrita, e a importância do toque, dos gestos, e da expressão facial, em particular do olhar, nunca devem ser descuradas. Autores como Charles Darwin (naturalista inglês), Johann Lavater (filósofo suíço), Charles Bell (cirurgião inglês), Charles Le Brun (artista plástico francês) e Pierre Marie Gault de Germain (também artista plástico francês), publicaram ensaios sobre a importância da interpretação das expressões fisionómicas, exemplificando-os com alusivas ilustrações.
Contudo, um dos cenários em que, não sendo o diálogo impossível (antes pelo contrário), existe uma dificuldade notória em descodificar o seu real significado, é quando a doença é, como se alude nestas duas caricaturas, “imaginária”. A sabedoria popular afirma, com toda a sua perspicácia, que “a mania é pior do que a doença”. Mas mesmo nestes casos, o médico não pode liminarmente dizer que a “doença está ausente”, e assim abandonar de imediato, à sua triste sorte, quem o procura por alegado sofrimento, afirmando perentoriamente que essa pessoa não sofre de nenhum distúrbio concreto. Por questões éticas e porque, bem apurados os factos, até pode haver alguma ajuda a oferecer ao “doente” ou existir alguma patologia séria “escondida” por trás das aparências.
Outros quadros comentados:
“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”
Um dos atributos mais nobres do médico é o de ser capaz de descodificar, através da observação clínica, os estados de alma dos seus doentes. Nas expressões faciais. No olhar. Nos gestos
“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”
Existe um debate, desde há muitos anos, acerca da natureza da Medicina: Arte ou Ciência, pergunta-se? Possivelmente, direi, ambas!
“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”
O(s) autor(es) o livro intitulado “QuimioRadiolândia: Viagem sem regresso a uma fortaleza chamada oncologia”, aí escalpelizam toda problemática do relacionamento médico-doente na vertente de utilizadores dos serviços de saúde