Destaques

quadros comentados
 

“Hipócrates”

“HIPÓCRATES” (1638) (PETER RUBENS, 1577-1640), “JURAMENTO DE HIPÓCRATES” (SEC. XII), “MAIMÓNIDES (DISSERTA SOBRE A DIMENSÃO HUMANA)” (1347) (AUTOR DESCONHECIDO), “JURAMENTO MÉDICO DE MAIMÓNIDES” (SEC. XX-XXI) (J LEE JAGERS, SEC. XX-XXI)

“HIPÓCRATES” (1638) (PETER RUBENS, 1577-1640), “JURAMENTO DE HIPÓCRATES” (SEC. XII), “MAIMÓNIDES (DISSERTA SOBRE A DIMENSÃO HUMANA)” (1347) (AUTOR DESCONHECIDO), “JURAMENTO MÉDICO DE MAIMÓNIDES” (SEC. XX-XXI) (J LEE JAGERS, SEC. XX-XXI)

“AMATO LUSITANO” (AUTOR E DATA DESCONHECIDOS), “JURAMENTO DE AMATO LUSITANO” (1559)

“AMATO LUSITANO” (AUTOR E DATA DESCONHECIDOS), “JURAMENTO DE AMATO LUSITANO” (1559)

Citação em destaque

O primeiro conjunto de quatro quadros evoca o “Pai da Medicina” (Hipócrates) e outro dos maiores vultos da História da Medicina (Maimónides, o maior vulto da medicina andaluza) que, tal como o seu antecessor e mestre, tinha um conhecimento verdadeiramente enciclopédico sobre vários ramos do conhecimento humano. Ambos foram autores de textos que se denominam vulgarmente de “Juramentos”, pois constituem um conjunto de preceitos que, em muitos países, corporizam a verdadeira base onde deve assentar a atividade clínica do profissional médico: a ética. Esta tradição remonta a um tempo em que os “físicos” eram também filósofos, e ambas as áreas do saber tinham muito em comum, porque não existia tecnologia e a capacidade de observar e de refletir acerca da interpretação dos factos reais era o instrumento mais útil para entender o Ser Humano no seu todo, na tentativa de assim responder às grandes dúvidas que afligiam (e afligem) a Humanidade.

As duas imagens permitem recordar (e homenagear) um dos maiores vultos da Medicina Portuguesa de todos os tempos, sendo talvez o mais importante de uma notável gesta de clínicos sefarditas expulsos do seu país pela tenebrosa inquisição, a maioria dos quais formados, tal como ele próprio, na Faculdade de Salamanca, na vizinha Espanha. Percorreu muitos países europeus, acabando por vir a refugiar-se, como alguns outros, no seio do Islão tolerante, no denominado “Império da Sublime Porta”. Faleceu e foi sepultado em Tessalónica (na altura sob o jugo otomano), tendo sido outra das vítimas de uma epidemia de peste que então aí grassava e que se empenhou em combater. O seu túmulo foi inadmissivelmente vandalizado pela besta nazi, como era regra desse regime hediondo, segundo o qual, a par de levar a cabo a tortura dos vivos, nem sequer os mortos eram poupados no local do seu eterno repouso. Também ele nos legou um “Juramento Médico” que a sua Mãe-Pátria tem teimado, infelizmente, em ignorar, onde se defendem os mesmos intemporais princípios éticos dos seus dois colegas anteriormente invocados.

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