Destaques
quadros comentados“Mors syphilitica”, “Mr. J. Kay” e “Ribeiro Sanches”
“Mors syphilitica” (1898) (Felicien Rops, 1833-1898), “Mr. J. Kay” (1820) (Anónimo, sec. XIX) (Coleção Wellcome) e “Ribeiro Sanches” (1999) (António Barata, 1920-1955)
Sonata nº 55
O mal luético pode evoluir, em fases tardias e sem o adequado tratamento prévio, para a formação daquilo que se denomina de “goma sifilítica”, que consiste num granuloma ulcerado que pode envolver, praticamente, todos os órgãos ou sistemas do organismo do afetado. Na era pré-antibiótica, era muito mais frequente do que hoje em dia, e localizava-se, não raramente, na face, como estes quadros aludem. É imediatamente intuitivo que estes doentes teriam graves problemas de relacionamento com os outros, dada a acentuada desfiguração facial, e até, muito provavelmente, pelo odor pestilento que exalariam, consequente à putrefação dos tecidos. Felicien Rops foi um pintor belga que viveu vários anos em Paris, durante a denominada “Bélle Époque”, onde terá convivido bastante com prostitutas e poderá ter observado casos semelhantes ao que acabou por vir a pintar, já no último ano de vida, e que aqui se reproduz. Presentemente, numa altura em que os casos de sífilis estão em crescendo em quase todos os países do mundo, mas sobretudo à conta das formas precoces, que poderão ser tratadas eficazmente com penicilina, as principais doenças que conduzem à desfiguração dos doentes são de outra natureza, como por exemplo os casos graves de acne, de psoríase ou de vitíligo. O médico português (e também filósofo, pedagogo, historiador e enciclopedista) Ribeiro Sanches (1699-1783), diplomado pela Universidade de Salamanca, foi um dos mais notáveis membros da diáspora sefardita. Chegou a ser médico privativo da corte de Pedro e de Catarina em S. Petersburgo, do exército desse vastíssimo país, bem como membro das Academias de Ciências dessa cidade e, depois, da de Paris, onde veio a residir e a falecer. Foi, ainda, Conselheiro de Estado daquela nação eslava, e escreveu alguns livros, entre os quais “Dissertação sobre o mal venéreo” (em 1751) e “Exame histórico sobre a aparição da doença venérea na Europa” (em 1774).
“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”
Um dos atributos mais nobres do médico é o de ser capaz de descodificar, através da observação clínica, os estados de alma dos seus doentes. Nas expressões faciais. No olhar. Nos gestos
“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”
Existe um debate, desde há muitos anos, acerca da natureza da Medicina: Arte ou Ciência, pergunta-se? Possivelmente, direi, ambas!
“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”
O(s) autor(es) o livro intitulado “QuimioRadiolândia: Viagem sem regresso a uma fortaleza chamada oncologia”, aí escalpelizam toda problemática do relacionamento médico-doente na vertente de utilizadores dos serviços de saúde