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“Observação otorrinolaringológica”, “Autorretrato enquanto surdo”, “Autorretrato” e “Ludwig van Beethoven”

“Observação otorrinolaringológica”, “Autorretrato enquanto surdo”, “Autorretrato” e “Ludwig van Beethoven”

“Observação otorrinolaringológica” (1890) (Emily Shanks, 1857-1936), “Autorretrato enquanto surdo” (1775) (Joshua Reynolds, 1723-1792), “Autorretrato” (1660) (Jan Steen, 1626-1679) e “Ludwig van Beethoven” (1820) (Joseph Stieler, 1781-1859)

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Não existem muitas representações na pintura alusivas à otorrinolaringologia, sendo a da pintora russa Emily Shanks, uma das poucas exceções. Já o grande pintor inglês Joshua Reynolds, que ficou cego de um olho e perdeu bastante a sua acuidade auditiva já em adulto, fez um autorretrato muito alusivo a essa mesma deficiência sensorial. É sabido que a audição é um dos sentidos que maior influência tem na qualidade de vida do Ser Humano. Por exemplo, o prazer extremo que podemos percecionar ao tocar e ouvir música, ficou muitíssimo bem espelhado na expressão facial constante no autorretrato de um dos expoentes máximos da época de ouro da Holanda, Jan Steen (o pintor que, de longe, mais quadros nos legou a retratar a visita do médico). Por isso mesmo, teremos ainda de admirar mais o génio criativo de Beethoven que, quase surdo, pôde ainda compor algumas das sua obras mais significativas. Contudo, tal não teria sido certamente de todo possível, se tivesse uma surdez congénita. O que nos remete também para a sua prodigiosa memória auditiva. A capacidade de nos entendermos pela palavra pronunciada e ouvida é talvez o meio mais imediato e completo de nos entendermos com o nosso semelhante, o que assume particular relevância na relação médico-doente.

 

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