Destaques
quadros comentados“Auto-retrato com a orelha cortada”, “Asilo de São Paulo” (1889) e “Retrato de um doente”, “Casa dos Loucos”, “Philippe Pinel libertando os lunáticos da Salpêtriére”
Impromptu D935
![Citação em destaque](https://www.josepocas.com/wp-content/uploads/2017/11/Bquadrodestq.png)
Apesar de se desconhecerem as razões pelas quais o pintor alemão Erich Heckel (um dos arautos da “arte degenerada”, segundo os padrões estéticos do nazismo) terá pintado o quadro que aqui se apresenta (no qual as fácies dos personagens falam por si), já no que se refere ao genial pintor holandês, Vincent van Gogh, sabe-se que se auto-mutilou numa orelha (admitindo-se que depois de um desentendimento com o seu amigo e também pintor, o francês Paul Gauguin), após o que foi internado, primeiro no “Hospital des Arles”, de onde foi transferido para o Asilo Psiquiátrico de “S. Paulo de Rémi-de-Provence”, em plena Côte-d´Azur. Deixou muitas obras relativas a estes episódios, incluindo da enfermaria, do átrio de entrada e de doentes (como aqui se apresenta). Os seus patobiógrafos discutem acaloradamente quais as doenças de que padeceria (admitindo-se, entre outras- epilepsia, doença bipolar, esquizofrenia, porfiria, intoxicação por chumbo, dependência de absinto, intoxicação digitálica, etc.). Do que não há quaisquer dúvidas, é que foi dos pintores mais geniais que a Humanidade já teve.
Os últimos dois quadros fazem alusão ao grande médico francês, Philipe Pinel, um dos primeiros a dedicar-se ao estudo das doenças psiquiátricas no Hospital da Salpétriére, onde se juntavam, nos séculos XVIII e XIX, numa incongruente amálgama muito heterogénea, criminosos, indigentes, marginais, prostitutas, sifilíticos, epiléticos, para além de dementes e de insanos, ou seja, todos aqueles que eram potencialmente capazes de perturbar a vida social, dita normal, dos restantes cidadãos. Foi um médico que se preocupou muito em procurar a verdadeira etiologia das doenças, tal como em classificá-las, invocando os princípios hipocráticos para se opor à utilização indiscriminada do isolamento institucional deste tipo de pessoas.
![“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”](https://www.josepocas.com/wp-content/uploads/2019/11/qc94fb.jpg)
“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”
Um dos atributos mais nobres do médico é o de ser capaz de descodificar, através da observação clínica, os estados de alma dos seus doentes. Nas expressões faciais. No olhar. Nos gestos
![“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”](https://www.josepocas.com/wp-content/uploads/2019/11/qc93fb.jpg)
“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”
Existe um debate, desde há muitos anos, acerca da natureza da Medicina: Arte ou Ciência, pergunta-se? Possivelmente, direi, ambas!
![“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”](https://www.josepocas.com/wp-content/uploads/2019/11/qc92fb.jpg)
“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”
O(s) autor(es) o livro intitulado “QuimioRadiolândia: Viagem sem regresso a uma fortaleza chamada oncologia”, aí escalpelizam toda problemática do relacionamento médico-doente na vertente de utilizadores dos serviços de saúde