Destaques
quadros comentados“O barco dos loucos”, “O vagão dos loucos”, “Extração da pedra da loucura”, “Extração da pedra da loucura”, “Autorretratos”
Concerto para violino nº 8 em E menor
Durante muitos séculos, pela lógica falta de conhecimento científico que permitisse a correta interpretação dos quadros clínicos, com base nos seus verdadeiros mecanismos fisiopatológicos, que vieram a possibilitar depois a sua individualização nosológica, muitas doenças que hoje sabemos serem de índole neurológica ou psiquiátrica, eram confundidas, como se de uma só tipo se tratasse. Em especial, quadros de demência ou a própria epilepsia, durante a Idade Média, na qual imperava sobretudo o conceito mágico-religioso como explicação reinante para os males da Humanidade e dos Seres Humanos, eram tidos, como se os seus portadores estivessem possessos do demónio. Existem muitas representações pictóricas, de que as primeiras quatro que aqui se apresentam são exemplos bastante ilustrativos, três das quais da autoria de dois génios da pintura universal (Bosh e Brugel), ilustrativas de como se acreditava que os distúrbios do comportamento se deviam ao facto de o seu portador ter a denominada “pedra da loucura”, pelo que a cura só se poderia obter através da sua extração. pela técnica da trepanação.
Felizmente, conhece-se hoje, bastante mais, sobre as causas dos quadros de demência e a investigação científica conseguiu propiciar formas de tratamento bastante mais eficazes, embora seja ainda impossível suster ou reverter completamente a sua inexorável evolução em todos os casos. Este é, assim, um outro cenário muito específico, em que a relação médico-doente, continuando a ser indispensável, não é de todo suficiente, pois a ação do médico tem obviamente que ser suplementada por todo um complexo conjunto de outras iniciativas e de outros protagonistas, a começar pela figura daquilo que presentemente se denomina de cuidador informal.
A simples contemplação da pungente sucessão dos autorretratos do pintor William Utermohlen, conhecido como tendo sido padecente de Doença de Alzheimer, nos deixa completamente conscientes do enorme e devastador impacto desta patologia nas faculdades cognitivas dos seus portadores e, por consequência, da dificuldade progressiva do seu relacionamento com os outros conviventes e circundantes, em especial, com quem tem a missão de os tratar.
“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”
Um dos atributos mais nobres do médico é o de ser capaz de descodificar, através da observação clínica, os estados de alma dos seus doentes. Nas expressões faciais. No olhar. Nos gestos
“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”
Existe um debate, desde há muitos anos, acerca da natureza da Medicina: Arte ou Ciência, pergunta-se? Possivelmente, direi, ambas!
“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”
O(s) autor(es) o livro intitulado “QuimioRadiolândia: Viagem sem regresso a uma fortaleza chamada oncologia”, aí escalpelizam toda problemática do relacionamento médico-doente na vertente de utilizadores dos serviços de saúde