Destaques
quadros comentados“A criança doente”, “A observação”, “O garrotilho”, “Triste herança”, “Hospital pediátrico de Sarajevo”
Sonata nº 55
![Citação em destaque](https://www.josepocas.com/wp-content/uploads/2017/11/Bquadrodestq.png)
O pediatra tem a necessidade de estabelecer amiúde, por inerência, uma grande multiplicidade de relacionamentos profissionais, para cumprir adequadamente a sua missão. Pelo menos, com a criança e com os seus pais, mas, também, muitas vezes, com uma série de outros “atores”, o que pode incluir, os avós, os irmãos, a ama, o responsável do infantário, o professor ou educador, para além de outros técnicos de saúde (enfermeiros, farmacêuticos, dietistas, fisioterapeutas, odontologistas e psicólogos) a par de assistentes socias e tribunais de família, em função das necessidades objetivas de cada caso e de cada episódio. A falta de autonomia decorrente da idade, nuns casos, a necessidade de garantir outro tipo de apoios complementares de âmbito social, noutros, ou a imperiosidade de denunciar eventuais maus tratos, a isso obrigam. Felizmente, longe vão os tempos em que as doenças mais temidas, entre as que eram então particularmente prevalentes, por deixarem eventuais sequelas importantes, ou por poderem fazer perigar a própria vida dos afetados (como no caso da difteria ou garrotilho, e da poliomielite, aqui retratados), porque a isso condicionou a estratégia de vacinação obrigatória na infância, mau grado as nefastas campanhas agora tão em voga, que importa saber entender e combater com eficácia e determinação. Convém realçar que, tal como o grande pintor valenciano, Joaquim Sorolla, que teve a coragem de utilizar a sua pintura como meio de denúncia social de algo que afetava dramaticamente dezenas de jovens na sua terra natal, e por isso sofreu alguns dissabores, também o médico, em geral, e o pediatra, em particular, tem de ter a coragem de ter idêntico posicionamento, pois a isso está deontologicamente vinculado, independentemente de as doenças mais graves que afetam hoje em dia este estrato populacional ser de diversa ordem, evolução que remete, em grande parte, para o desenvolvimento vertiginoso da tecnologia aplicada à medicina.
O exemplo das imunodeficiências primárias é, pois, também particularmente ilustrativo. Mas, sem descurarmos, porém, as velhas enfermidades, como o sarampo, que, como se tem estado a constatar, reemergem ameaçadoramente sempre que a imunidade individual e a de grupo se reduzem abaixo de determinados índices que são por de mais conhecidos. Para que a alegria não possa nunca desaparecer dos rostos das crianças, mesmo em contextos particularmente adversos, conforme tão bem ficou expresso na pintura de Keavin Weaver, artista que se tem particularmente dedicado a deixar registos pictóricos alusivos às zonas do mundo onde se registam conflitos bélicos, como forma, também, de promover a consciencialização social dos cidadãos.
![“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”](https://www.josepocas.com/wp-content/uploads/2019/11/qc94fb.jpg)
“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”
Um dos atributos mais nobres do médico é o de ser capaz de descodificar, através da observação clínica, os estados de alma dos seus doentes. Nas expressões faciais. No olhar. Nos gestos
![“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”](https://www.josepocas.com/wp-content/uploads/2019/11/qc93fb.jpg)
“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”
Existe um debate, desde há muitos anos, acerca da natureza da Medicina: Arte ou Ciência, pergunta-se? Possivelmente, direi, ambas!
![“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”](https://www.josepocas.com/wp-content/uploads/2019/11/qc92fb.jpg)
“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”
O(s) autor(es) o livro intitulado “QuimioRadiolândia: Viagem sem regresso a uma fortaleza chamada oncologia”, aí escalpelizam toda problemática do relacionamento médico-doente na vertente de utilizadores dos serviços de saúde