Destaques
quadros comentados“Antes da morfina”, “Morfina”, “No dia seguinte”, “O ébrio”, “Os ébrios”, “Os bebedores”
Sonata nº 55

A quase totalidade das civilizações tiveram, historicamente falando, uma “droga” que assimilaram como “sua” ao longo de séculos e, de alguma forma, com uma “adequada” inserção, no sentido antropológico do termo. A sua mera existência não era generalizadamente contrariada ou recriminada, embora se fossem reconhecendo, a pouco e pouco, os nefastos efeitos do seu uso e, sobretudo, do abuso, não só sobre o ponto de vista estritamente médico, mas também psicológico e sociológico. A da civilização dita ocidental sempre foi o álcool etílico que, em percentagens diversas, se encontra em muitas das bebidas que foram sendo inventadas, ao longo de milénios, pela eterna curiosidade humana. De uma certa maneira, era o meio de os seus utilizadores, para além de lhe apreciarem o sabor, terem à disposição algo que, subconscientemente, lhes permitisse a evasão periódica das frustrações do mundo que os rodeavam, e, também, como meio de promoverem a sua integração num determinado “grupo”, como se de um ritual se tratasse. O problema surge, não só pela repetição do hábito e pela quantidade da substância, mas, sobretudo, quando emerge sub-repticiamente a dependência, que o próprio, quase sempre, pelo menos, de início, nega. Mas, também se torna patente, quando numa dada sociedade, surge uma “novidade” desinserida do contexto antropológico referido, com a promessa de ser o passaporte seguro para novas e inesquecíveis experiências sensoriais, fenómeno geralmente associado à clandestinidade do circuito comercial que se instala em paralelo. O principal móbil para o consumo, muitas vezes desenfreado, deixa de ser, pois, tanto a busca episódica do prazer, mas cada vez mais o remédio para o sofrimento causado pela ausência do seu efeito. O que está muito bem retratado nos quadros que aqui se apresentam (e em muitos outros que poderiam ser também apresentados).

“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”
Um dos atributos mais nobres do médico é o de ser capaz de descodificar, através da observação clínica, os estados de alma dos seus doentes. Nas expressões faciais. No olhar. Nos gestos

“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”
Existe um debate, desde há muitos anos, acerca da natureza da Medicina: Arte ou Ciência, pergunta-se? Possivelmente, direi, ambas!
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“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”
O(s) autor(es) o livro intitulado “QuimioRadiolândia: Viagem sem regresso a uma fortaleza chamada oncologia”, aí escalpelizam toda problemática do relacionamento médico-doente na vertente de utilizadores dos serviços de saúde