Destaques
quadros comentados
“Faces de traumatizados de guerra”, “Hospital para traumatizados da face”, “Intervenção cirúrgica” e “Bloco operatório”
“Faces de traumatizados de guerra” (1915-1918) (Henry Tonks, 1862-1937), “Hospital para traumatizados da face” (1918), 1878-1954), “Intervenção cirúrgica” (1918) e “Bloco operatório” (1918) (John Lobley, 1878-1954)
Mazurka nº 38
As doenças que afetam a face, para além dos óbvios e importantes aspetos estéticos, podem comportar enorme sofrimento, quanto mais não seja, pelas suas implicações nas funções vitais da respiração e da alimentação, mas também porque se trata de uma região topográfica do organismo humano extremamente enervada e vascularizada. Adicionalmente, em termos da qualidade de vida, pode interferir muito com algumas capacidades sensoriais, desde logo, a visão, mas também, de forma nada despicienda, com o olfato e o paladar.
As situações mais graves, quase sempre, ou têm origem em processos neoplásicos ou em traumatismos. Neste âmbito, é pertinente destacar o profundo significado dos quadros acima apresentados. Os primeiros quatro são da autoria de um grande cirurgião (e pintor) inglês, também docente universitário de anatomia, Henry Tonks, que exerceu a sua atividade profissional nessas duas qualidades, nos campos de batalha da primeira guerra mundial, em solo gaulês, tendo chegado a ser preso. Foi, ainda, companheiro de lides artísticas do grande pintor norte-americano, John Singer Sargent.
Os outros três quadros são de um outro pintor, também inglês, John Lobley, que cobriu, como pintor oficial do exército britânico, o mesmo conflito bélico, estando a sua obra alusiva exposta no “Imperial War Museum” de Londres.
A contemplação destas imagens, verdadeiramente pungentes, não carecem de qualquer legenda para que algum observador possa imediatamente interiorizar o sofrimento humano em causa e as gravíssimas implicações para o resto da vida de quem teve de se defrontar com este tipo de acidentes. O que, torna a relação entre os mesmos e o seu médico algo de tão transcendente, que faltam palavras para o classificar.
Outros quadros comentados:
“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”
Um dos atributos mais nobres do médico é o de ser capaz de descodificar, através da observação clínica, os estados de alma dos seus doentes. Nas expressões faciais. No olhar. Nos gestos
“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”
Existe um debate, desde há muitos anos, acerca da natureza da Medicina: Arte ou Ciência, pergunta-se? Possivelmente, direi, ambas!
“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”
O(s) autor(es) o livro intitulado “QuimioRadiolândia: Viagem sem regresso a uma fortaleza chamada oncologia”, aí escalpelizam toda problemática do relacionamento médico-doente na vertente de utilizadores dos serviços de saúde