Destaques
quadros comentados“O Grito” e “O Desespero”
“O Grito” (1963) (Eduardo Kingman, 1913-1997), “O Desespero” (1983) (Oswaldo Guayasamin, 1919-1999)
Impromptu D935
Se algo traduz, para o vulgar cidadão, designadamente, para o doente, o que significa, no íntimo, a palavra “cancro”, é, certamente, sofrimento, dor e morte antecipada. Só isto é suficiente para carregar em si, cultural e antropologicamente falando, uma carga emocional e simbólica, verdadeiramente únicas.
A contemplação destes dois quados, da autoria de dois dos mais importantes pintores equatorianos, o segundo deles, influenciado pelo grande muralista mexicano, José Orozco, não deixam margem para falsas interpretações e traduzem muito daquilo que os médicos e os conviventes dos doentes oncológicos podem percecionar, ao observarem, atentamente, as suas expressões faciais e os seus gestos. Eles dizem tudo. Às vezes, as palavras, pouco mais adiantam, e o que expressam fica sempre aquém da tradução efetiva da realidade interiorizada pelas emoções que partilhamos com os doentes.
Outros quadros comentados:
“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”
Um dos atributos mais nobres do médico é o de ser capaz de descodificar, através da observação clínica, os estados de alma dos seus doentes. Nas expressões faciais. No olhar. Nos gestos
“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”
Existe um debate, desde há muitos anos, acerca da natureza da Medicina: Arte ou Ciência, pergunta-se? Possivelmente, direi, ambas!
“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”
O(s) autor(es) o livro intitulado “QuimioRadiolândia: Viagem sem regresso a uma fortaleza chamada oncologia”, aí escalpelizam toda problemática do relacionamento médico-doente na vertente de utilizadores dos serviços de saúde