Notícias

Divulgação Cultural

Mostra | Um modernista autodidata: Delfim Maya | 25 mar. – 31 maio ’22

Mostra | Um modernista autodidata: Delfim Maya | 25 mar. - 31 maio '22

Um modernista autodidata: Delfim Maya
MOSTRA | 25 mar. – 31 maio ’22 | Mezzanine | Entrada livre

> As visitas à BNP obrigam à desinfeção das mãos e ao uso de máscara durante a permanência no edifício.

Delfim Maya (1886-1978) foi o primeiro artista que, em 1934, introduziu em Portugal a escultura em ferro e outros metais ‒ tendo inovado pelo material e por criar uma escultura construída (e não modelada ou talhada, como era tradicional). Este trabalho é também original por passar da bidimensionalidade do desenho, em que fazia a decomposição do volume em planos, para a tridimensionalidade da escultura, recortando e dobrando a folha de metal, sem soldadura. Por isso, o artista pode ser integrado no Cubismo analítico e no Construtivismo.

Caraterizada pelo movimento e pela velocidade, convergindo com o Futurismo, a obra de Delfim Maya rompe com a produção estática da sua época em Portugal.

Foi o artista mais representativo da temática animalista na primeira metade do século XX no nosso país. O cavalo foi a sua grande paixão, que representou em desenho, pintura e escultura, tendo sido ele próprio um brilhante concursista. Foi também inovador ao trazer o tema do desporto para a escultura.

Oficial de Cavalaria, demitido do Exército por ter participado no Movimento de Monsanto (1919), que visava o restauro da monarquia, Delfim Maya fugiu da prisão e exilou-se em Espanha até 1921. Tendo assimilado vários aspetos da cultura espanhola, Delfim Maya pode ser considerado um artista ibérico.

Em 1930, preso no Forte de São Tiago, no Funchal, novamente por razões políticas, decidiu, aos 44 anos, fazer da arte a sua profissão.

Em 1932 participou no no Salon d’Automne, onde obteve uma medalha; realizou ainda uma exposição individual na Casa de Portugal, que teve grande sucesso.

Entre 1932 e 1958 participou regularmente nos Salões da Primavera da Sociedade Nacional de Belas Artes.

delfim_maya1A nível internacional, expôs em Madrid e Sevilha (1935) e no Rio de Janeiro e em São Paulo (1937). Participou ainda na 36e Exposition Annuelle au Concours Hipique, em Paris (1933), na 1ª Bienal de São Paulo (1951) e na Exposição de Arte dos Jogos Olímpicos de Helsínquia (1952).

Persona non grata do regime salazarista, nunca teve encomendas do Estado, tendo vivido com graves dificuldades financeiras.

Em 1987, a Fundação Calouste Gulbenkian homenageou-o com uma exposição no centenário do seu nascimento. O Diretor do Centro de Arte Moderna, Arq. Sommer Ribeiro, considerou que “A anatomia e o movimento não têm para ele segredos, mas onde se vem a revelar um grande inovador não é na modelação em barro, mas sim na folha metálica recortada, que projetada sabiamente o deixa num lugar bem alto da escultura portuguesa”.

Em 1998, também José-Augusto França reconheceu a sua originalidade, dizendo: “Pela arte do recorte e do corte da tesoura intervindo na folha de papel e depois na folha do metal, o escultor previa o resultado final e antevia aquilo que ia fazer. Olhando esses recortes, podemos verificar que há uma arte espantosa no envolver das formas, de modo a que cada ponta da chapa de metal vá cair exatamente onde devia, para criar o espaço interior e garantir o perfil exterior da forma, para ela se constituir em escultura. Ele foi, entre os grandes e célebres escultores que trabalharam o metal, o único que assim fez.”

Maria José Maya

PROGRAMA DA INAUGURAÇÃO | 25 de março

16h00 – Visita guiada, pela curadora Maria José Maya

17h00 – Colóquio “Um modernista autodidata: Delfim Maya”, com participação dos seguintes oradores:

Guilherme d’Oliveira Martins, Administrador Fundação Calouste Gulbenkian (em vídeo);

Eduardo Duarte, Professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa;

Samuel Rama, Doutorado em Artes Visuais e Intermedia pela Universidade Politécnica de Valência;

Maria José Maya, Mestre em História de Arte pela FCSH/UNL.

Fonte: bnportugal.pt

Outros artigos em Divulgação Cultural:

Fundação Calouste Gulbenkian | John Williams em concerto

Fundação Calouste Gulbenkian | John Williams em concerto

As primeiras notas da nova temporada Gulbenkian Música soarão no magnífico cenário do Vale do Silêncio e serão tocadas pela Orquestra Gulbenkian. Neste momento de abertura e de partilha, em associação com o festival “Festas na Rua”

Migrações forçadas entre a cristandade e o islão na época moderna: espaços,sociedadese identidades

Migrações forçadas entre a cristandade e o islão na época moderna: espaços,sociedadese identidades

Este congresso é organizado no âmbito do projeto exploratório MOVING CITY (EXPL/HAR-HIS/1521/2021), que visa conhecer os efetivos humanos que integraram a Batalha de Alcácer Quibir (1578). O projeto centra-se, para além da história militar do próprio evento, no estudo dos resgates dos cativos causados pela batalha e, de um modo mais geral, dos cativos da guerra do corso mediterrânico e atlântico.

Apoios/Parcerias:

Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da SIDA (APECS)By The BookCarmo's Residence - Art ApartmentsConsulped - Consultórios de Pediatria e da FamíliaGreen Breeze - Discover the seasideiavirtual - aplicações interativasLACPEDI - Liga de Apoio Comunitário em prol do Estudo das Doenças InfecciosasLiga dos Amigos do Hospital de São Bernardo, LAHSB-CHS
LASAOrdem dos MédicosSociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos (SOPEAM)Sociedade Portuguesa de Medicina Interna: SPMISociedade Portuguesa de Medicina do Viajante (SPMV)sYnapsis