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Divulgação CulturalMostra | Restauração e a fortificação moderna: Nicolau de Langres e as praças no Alentejo | 2 ago. – 1 out. ’22
Restauração e a fortificação moderna: Nicolau de Langres e as praças no Alentejo
MOSTRA | 2 ago. – 1out. ’22 | Galeria do Auditório | Entrada livre
A reafirmação da fronteira terreste na Restauração de 1640, dominou a estratégia política definida por D. João IV, através de novas fortificações nas cidades e vilas designadas Praças-Fortes, e da contratação de engenheiros militares estrangeiros que dominavam esta arte ou ciência desenvolvida a partir da Guerra dos Trinta Anos (1618-48).
Neste âmbito, destacaram-se o francês Charles Lassart, responsável a partir de 1642 pelas fortificações do Reino; no Alentejo, a principal província defensiva do território português, João Gilot, representante da Escola Holandesa, assim como Cosmander, o padre jesuíta que desenhou projetos para Olivença, Elvas e Juromenha.
O francês Nicolau de Langres assume a responsabilidade das obras nesta região em 1647, quando Cosmander foi preso e faleceu no cerco a Olivença ao serviço de Castela, e João Gilot se ausentou para os Países Baixos.
O engenheiro militar Nicolau de Langres foi autor de projetos para Campo Maior, Évora, Beja, assim como de inúmeras propostas de melhoramentos em Elvas e Juromenha. Tendo-se ausentado para França em 1660, veio a falecer no cerco da Batalha de Montes Claros (1665), também ao serviço Castela.
O catálogo de Nicolau de Langres, Desenhos e Plantas de todas as Praças do Reyno de Portugal (c.1661), é referenciado em inúmeros textos sobre o período da Restauração em Portugal e a sua importância sublinhada na publicação de Gastão de Melo Matos, Nicolau de Langres e a sua Obra em Portugal (1941), que nos dá a dimensão da obra edificada no Alentejo. As questões e opções que eram discutidas nos órgãos centrais para aprovação dos projetos retratam, de forma inequívoca, a inserção de Portugal nesta política defensiva baseada na Fortificação Moderna e o reconhecimento da sua independência.
Outras obras posteriores, como o Livro das Praças de Portugal (1663) de João Nunes Tinoco, o Livro de varias plantas deste Reino e de Castela (1699-1743) de João Tomás Correia, e Praças do Alentejo de Miguel de Luís Jacob são manuscritos importantes de cartografia sobre as obras de fortificação que se realizaram em Portugal, e que valorizam o património militar edificado no Alentejo nesse período.
A tratadística sobre a Fortificação Moderna no séc. XVII, desenvolvida em paralelo com uma prática no terreno, afirmava a intelectualidade baseada na ciência da matemática, como forma de justificar todos os projetos. O cargo de engenheiro-mor do Alentejo será atribuído a Luís Serrão Pimentel em 1663, fundador da Aula de Fortificação e Arquitetura Militar (1647), e a sua Prática e a Teoria são expressas em vários manuscritos e compiladas no seu tratado Methodo Lusitânico (1680), que demonstra o conhecimento da engenharia militar em Portugal.
Comissária: Margarida Valla (ARTIS-IHA/FLUL; FCT)
Fonte: bnportugal.pt
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