Notícias
Divulgação CulturalExposição | A biblioteca de Gaspar Frutuoso | 16 nov. ’22 – 18 fev. ’23 | Sala de Exposições, Piso 3
A biblioteca de Gaspar Frutuoso
EXPOSIÇÃO | 16 nov. ’22 – 18 fev. ’23 | Sala de Exposições – Piso 3 | Entrada livre
A presente exposição pretende assinalar o quinto centenário do nascimento de Gaspar Frutuoso, autor açoriano natural da ilha de São Miguel, e integra algumas dezenas de exemplares de obras que se conservam nas coleções da Biblioteca Nacional de Portugal, as quais correspondem a títulos que foram utilizados ou citados por Gaspar Frutuoso na sua grande crónica das ilhas atlânticas, Saudades da Terra.
Gaspar Frutuoso nasceu em 1522. Teria já 26 anos de idade quando se inscreveu na Universidade de Salamanca, onde desenvolveu estudos superiores até 1558. No entretanto, foi ordenado sacerdote (1554) e terá regressado aos Açores por um breve período. Em 1560 vamos encontrá-lo de novo em Salamanca e, mais tarde, em Bragança, onde desempenhou funções docentes no colégio jesuíta até 1563 ou 1564. Dois anos depois estava de regresso ao Açores para exercer funções de vigário e pregador na vila da Ribeira Grande. Aqui viveria o resto dos seus dias, num relativo apagamento, dedicando-se, nas horas vagas dos seus afazeres religiosos, a estudos humanísticos.
Os meios de fortuna que possuía permitiram-lhe reunir uma importante biblioteca que à data da sua morte, em 1591, era composta por cerca de 400 obras impressas. Na última década de vida, Gaspar Frutuoso dedicou-se à composição do manuscrito, a que deu o título de Saudades da Terra, e no qual tratou de forma muito minuciosa e muito documentada, a história dos arquipélagos atlânticos (Madeira, ilhas das Canárias e Cabo Verde), mas, em especial, a história dos Açores.
Saudades da Terra constitui um dos mais notáveis empreendimentos cronísticos do século XVI. Contudo, a obra de Gaspar Frutuoso tem sido negligenciada pela moderna historiografia portuguesa, que a tem encarado essencialmente de uma forma positivista, como uma fonte privilegiada para a história do descobrimento e da colonização dos arquipélagos atlânticos. Porém, a obra do religioso açoriano encerra outro tipo de notícias, não só sobre a formação cultural e sobre os métodos de trabalho do seu autor, mas também sobre o mundo das letras quinhentista e sobre as práticas de escrita nele habituais. É evidente que uma obra tão densa e tão abrangente teria de se basear em ampla pesquisa arquivística e bibliográfica. A análise cuidada de Saudades da Terra permite-nos identificar claramente algumas das leituras efetuadas por Gaspar Frutuoso ao longo dos anos, bem como ensaiar a reconstituição de uma parte da sua importantíssima biblioteca.
A partir do texto de Rui Manuel Loureiro
Fonte: bnportugal.pt
Outros artigos em Divulgação Cultural:
ENCONTRO | Byron 200 – Bicentenário da morte de Lorde Byron | 25 nov. ’24 | 15h00 | Auditório
Em 2024 assinalamos os 200 anos da morte de Lord Byron (1788-1824), uma das primeiras celebridades modernas literárias inglesas que se fez rodear frequentemente dos escândalos que o eternizaram, a par da sua obra poética
APRESENTAÇÃO DA EXPOSIÇÃO E CONFERÊNCIA | Aquiles Estaço: um humanista português na Europa do século XVI | 13 nov. ’24 | 10h00 | Auditório
Apresentação da exposição Aquiles Estaço: um humanista português na Europa do século XVI, cujo objetivo é divulgar os principais manuscritos e livros impressos de Aquiles Estaço.
CONFERÊNCIA | O Orientalismo português na época das Luzes: discursos e imagens | 8 nov. ’24 | 18h00 | Auditório
A conferência «O Orientalismo português na época das Luzes: discursos e imagens» da autoria de Ana Cristina Araújo (Universidade de Coimbra) visa destacar, por um lado, como os temas orientalistas não deixaram de estar presentes neste período histórico, apesar de uma menor referência em relação a outras épocas da história e culturas portuguesas
COLÓQUIO INTERNACIONAL | Espaços de Confinamento: Memórias da Repressão e Colonialidade | 28 out. ’24 | 10h00 | Auditório
No dia 1 de maio comemorou-se o 50.º aniversário (1974-2024) da libertação dos presos que estavam encarcerados no Campo de Concentração do Tarrafal, na ilha de Santiago, em Cabo Verde. Esse Campo foi fundado pela ditadura salazarista em 1936 sob a designação eufemística de Colónia Penal de Cabo Verde com o propósito de reprimir e encarcerar os opositores do salazarismo.