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Exposição | Pedro da Silveira. Centenário 1922-2003 | 24 nov. ’22 – 28 jan. ’23 | Mezanine

Exposição | Pedro da Silveira. Centenário 1922-2003 | 24 nov. '22 - 28 jan. '23 | Mezanine

Pedro da Silveira. Centenário 1922-2003
EXPOSIÇÃO | 24 nov. ’22 – 28 jan. ’23 | Mezanine | Entrada livre

Pedro Laureano Mendonça da Silveira (1922-2003) nasceu a 5 de setembro, na freguesia da Fajã Grande, concelho das Lajes das Flores, vindo a fixar residência em Lisboa, a partir de 1951.

Aqui, foi representante-delegado de laboratórios farmacêuticos ingleses e americanos; colaborador de vários jornais e revistas, consultor de várias editoras, editor literário, prefaciador, tradutor, e, desde o final da década de 70, funcionário da Biblioteca Nacional.

Mas Pedro da Silveira foi também poeta – considerava a poesia o «género maior» da literatura portuguesa – tendo-se igualmente dedicado à investigação histórico-literária.

A presente exposição evoca, em primeiro plano, a sua obra literária, de poeta, crítico e investigador, a que se somam os testemunhos da sua intervenção na Biblioteca Nacional.

Entre a obra poética de Pedro da Silveira destacam-se A Ilha e o Mundo (1953), Sinais de Oeste (1962), Corografias (1985), Poemas Ausentes (1999) e a coletânea Fui ao Mar Buscar Laranjas. Ainda na área da poesia, foi autor da Antologia de Poesia Açoriana, do século XVIII a 1975, publicada em 1977, e diversos poemas seus foram incluídos na antologia Líricas Portuguesas, de Jorge de Sena.

No domínio da crítica e da ensaística são de referir a sua colaboração na atualização do Dicionário Bibliográfico Português, iniciado por Inocêncio Francisco da Silva; a sua participação na elaboração da Enciclopédia Açoriana e em múltiplos estudos relacionados com a cultura açoriana e em especial com a história e a etnografia da ilha das Flores.

Deixou uma vasta e dispersa colaboração por jornais e revistas como O Comércio do Porto, O Primeiro de Janeiro, Vértice, O Diabo, Seara Nova, de que foi redator até 1974, Colóquio-Letras e, ainda, no Diário dos Açores, no jornal O Monchique e na Revista Municipal das Lajes das Flores.

Prefaciou a reedição de Sansão na Vingança!, o primeiro romance português de ambiente colonial da autoria de Francisco Maria Bordalo (Macau, 1980), Histórias de Meninos para quem não for criança, do neoclássico Visconde de Vilarinho de São Romão (Lisboa, 1985) e traduziu obras de ficção de Alberto Moravia, Rómulo Gallegos, Juan Goytisolo; Miguel Ángel Asturias, Maria Montessori, entre outros.

Algumas das suas publicações já foram traduzidas em inglês e francês e o seu nome, para além de figurar em enciclopédias, consta do Grande Livro dos Portugueses, editado pelo Círculo de Leitores em 1981.

Leitor assíduo da então Biblioteca Nacional de Lisboa, Pedro da Silveira passa, em 1978, para o «lado de dentro» da instituição. Com efeito, integrou como vogal, desde esse ano e até 1980, a Comissão de Gestão e Reestruturação, tendo, em 19 de janeiro de 1981, tomado posse como Diretor de Serviços de Investigação e Atividades Culturais, em comissão de serviço, cargo que desempenhou até à sua aposentação, em 1992. Das dezenas de catálogos que ajudou a produzir, durante este período, destaca-se Cesário Verde, 1855-1886, comemorativo do centenário da morte do poeta, editado em 1986.

Em carta de 27 de abril de 1992, Eugénio Lisboa afirma que Pedro da Silveira «muito mais do que merecer ‘ser estudado’ merece ser lido». Se boa parte da sua bibliografia reflete sobre a obra alheia, esta exposição visa contribuir para que seja ele próprio, e a sua obra, objeto de estudo.

Fonte: bnportugal.pt

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