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Divulgação CulturalVisita Guiada | Mostra | De Loreto a Spartacus. 250 anos do nascimento de José Liberato Freire de Carvalho | 12 jun. ’23 | 17h30
De Loreto a Spartacus
250 anos do nascimento de José Liberato Freire de Carvalho
MOSTRA | 15 maio – 1 set. ’23 | Sala de Referência – Piso 1 | Entrada livre
Visitas Guiadas
12 jun. ’23 | 17h30 – com Manuel Seixas
22 jun. ’23 | 17h30 – com Manuel Seixas
Em 20 de julho de 2022, a Comissão Liberato iniciou as comemorações dos 250 anos de nascimento de José (Liberato) Freire de Carvalho, um «contemporâneo de dois séculos», autor de valiosos contributos para o liberalismo e constitucionalismo português de oitocentos. Tradutor, professor, bibliotecário, publicista, memorialista, deputado e académico, mas também funcionário da Secretaria dos Negócios Estrangeiros, redator da Gazeta Oficial, arquivista, tesoureiro e administrador, Liberato foi uma figura grande e marcante do vintismo.
Foi perseguido, homiziado, preso e enclausurado, pagou várias vezes e de formas diversas o seu amor pela liberdade, exilando-se repetidamente em Inglaterra onde manteve viva a sua luta nos importantes jornais O Investigador Portuguez em Inglaterra e O Campeão Portuguez em Londres (que, mais tarde, refundou em Lisboa).
Oriundo de uma família com tradições académicas e culturais e com boas relações sociais e institucionais, abraçou a vida monástica em Coimbra, de que cedo se arrependeu, por lhe soarem melhor os novos ventos revolucionários franceses do que as obrigações de coro e de missa que a ordem dos cónegos regrantes lhe sugeria.
Aos novos convívios e às novas ideias disse sim e, uma vez em Lisboa, aderiu de pronto à maçonaria nascente e à Academia das Ciências. Ganhou novos amigos, mas também inimigos, e toda a sua vida viria a ser marcada pela constante alternância de poderes que ora perseguiram, ora protegeram a inabalável vontade de comunicar a sua visão histórica, política e social de um Portugal que queria regenerado.
Mais dado à escrita do que à fala, como ele próprio confessou, entregou-se ferverosamente à comunicação escrita, fosse pela divulgação do pensamento de outros, fosse pelas suas próprias reflexões, de que resultaram conclusões e propostas concretas, concordantes com a sua visão ponderada, justa, livre e moderna para os caminhos futuros do seu país.
Na prossecução do cumprimento dos seus objetivos, a Comissão Liberato tem feito a justa homenagem e divulgação da vida e da obra de José Liberato Freire de Carvalho, cuja relevância nacional só é reconhecida por sectores muito específicos da cultura portuguesa, associando-se ainda às comemorações do Bicentenário da Revolução Liberal de 1820, da qual Liberato foi um exímio propagador.
Com esta exposição, mais do que uma mostra elementar, pretende-se contextualizar o homem no seu tempo e na sua circunstância, exibindo os seus inspiradores, onde bebeu, o que leu e o que traduziu, os amigos, os espaços de sociabilidade, as qualidades de crúzio (Loreto), de livre-pensador (Spartacus) e de ideólogo do primeiro liberalismo português. Proporcionando a observação das suas obras – traduções, memórias, ensaios, jornais – e de documentação relevante para a sua biografia, a BNP revelará uma personalidade ímpar. Em onze traduções, seis periódicos, quatro ensaios, três memórias, alguns autos e raros discursos, durante os sete reinados a que sobreviveu, em oitenta e dois anos de uma longa existência, do lugar de Montessão (Coimbra) ao cemitério dos Prazeres (Lisboa), José Liberato teve muito para contar … e contou. O que aqui se desvenda!
José Liberato, uma vida em busca dos valores liberais
CONFERÊNCIA DE ABERTURA | 15 maio ’23 | 16h00 | Auditório | Entrada livre
Sinopse
Já se escreveu muito sobre José Liberato e o seu papel na história do liberalismo português no século XIX. Mas para lá da grande história existe a pequena que trata da dimensão humana, do indivíduo. A abordagem que aqui se vai tentar fazer sobre esta personagem é em função dos valores que pautaram a sua vida nas suas diversas fases. No processo da existência do homem que começou por ser religioso e que em 1818 se secularizou, há uma transmutação de posições filosóficas que acompanharam a mudança dos tempos. No caso de José Liberato, ele não só adotou novos valores como foi responsável pela mudança de valores na própria sociedade sua coetânea. Cultivou a amizade como poucos o fazem, o civismo e a liberdade. Como ele diria aos 81 anos, «Fui sempre, e ainda sou inimigo irreconciliável com tudo o que é tirania, absolutismo e abuso de poder» (Memorias, 72) .
Sobre o orador
Manuel José Pinto dos Santos é formado em Direito pela Universidade de Lisboa em 1978, iniciou a carreira docente na Faculdade de Direito de Lisboa, passando a ser assistente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, na área de História.
Publicou para a Assembleia da República «Monarquia Constitucional: organização e relações do poder governamental com a Câmara dos Deputados. 1834-1910».
Fez diversas comunicações sobre história política na Fundação Calouste Gulbenkian, Câmara Municipal de Cascais, Universidade de São Paulo, Brasil, sobre temas como o direito de petição, escravatura, cabralismo, monarquia constitucional, etc.
Exerceu funções jurídicas como advogado da qual está reformado.
Nos últimos anos tem-se dedicado ao estudo da história e em particular da história da maçonaria, participando em diversos seminários e colóquios.
Sobre este tema tem publicados diversos artigos na Revista do Grande Oriente Lusitano, e obras como «Dicionário da Antiga e Moderna Maçonaria» (2012); «Hipólito José da Costa. Uma Vida dedicada à maçonaria» (2014); prefaciou a nova edição do «Codigo e Ritual da Maçonaria Eclectico-Lusitana» de Miguel António Dias (2017); «Os oficiais da Loja Maçónica» (2018); «Gomes Freire de Andrade: a Maçonaria e a Conspiração de 1817», publicado na Revista militar (2019); «A primeira loja maçónica feminina em Portugal (1881-1885): um percurso luso-espanhol», comunicação efetuada no XV Symposium Internacional de Historia de la Masonería Española (2018); prefaciou a reedição de «Cartas sobre a Framaçoneria» (2020) e a reedição de «Maçonaria Iniciática» de João Antunes (2021); «Nas origens do Grande Oriente Lusitano (1802-1806)», (2022).
É editor da Revista de Maçonaria desde 2020, tendo aí publicado vários artigos como «Sinédrio e Maçonaria no movimento de 1820», «O Estigma social da maçonaria em Portugal», «A Sociedade da Rosa em Portugal: um mito», «Lojas portuguesas e brasileiras no período pré independentista do Brasil (séculos XIX e XX)».
Fonte: bnportugal.pt
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