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Divulgação CulturalVISITA GUIADA | Exposição | Marcas de Água | 10 nov. ’23 | 18h00 | Sala de Exposições | Piso 3
Marcas de água e caligrafias em papel de música.
Os manuscritos do Fundo do Conde de Redondo
EXPOSIÇÃO | 19 set. ’23 – 6 jan. ’24 | Sala de Exposições – Piso 3 | Entrada livre
Inauguração e visita guiada: 17h30
Três gerações de mecenato, prática musical e ligações à Casa Real, contribuíram para a formação de uma das mais destacadas coleções musicais da Biblioteca Nacional de Portugal.
Na Quinta do Bom Jardim (Belas), e no Palácio dos Condes de Redondo (Lisboa), o 2.º Marquês de Borba, Fernando Maria de Sousa Coutinho (1776-1834), o 15.º Conde de Redondo, José Luís Gonzaga de Sousa Coutinho Castelo-Branco e Menezes (1797-1863) e o 3.º Marquês de Borba, Fernando Luís de Sousa Coutinho Castelo-Branco e Menezes (1835-1928), foram testemunhas e, amiúde, participantes em sumptuosas festas religiosas e em serões musicais mais intimistas. O 15.º Conde de Redondo, além de nos ter legado um elevado número de cópias de música, era também compositor e cantor. Os principais compositores da época – Marcos Portugal (1762-1830), António Leal Moreira (1758-1819), João José Baldi (1770-1816), Frei José Marques e Silva (1782-1837), para citar apenas alguns – eram visitantes regulares ou eram contratados pelo Conde.
O conteúdo do Fundo do Conde de Redondo revela a prática musical contínua e o apoio inabalável a músicos e compositores, visto que é representativa da música portuguesa de meados do século XVIII até ao final do século XIX. Estas tradições familiares, bem como o enriquecimento do acervo, prosseguiram até ao dealbar do século XX através dos esforços do filho do Conde, o 3.º Marquês de Borba.
Apesar de ser um reconhecido instrumento de investigação, a crítica de fontes musicológica, em particular os estudos de papel e caligrafia, é uma disciplina muito negligenciada em Portugal no período considerado (séculos XVIII e XIX). As referidas características do Fundo do Conde de Redondo tornam-no ideal para um estudo de caso de crítica de fontes na música portuguesa.
A exposição insere-se no âmbito do projeto MARCMUS – Estudos de papel de música e caligrafia em Portugal (séculos XVIII e XIX): o estudo de caso do Fundo do Conde de Redondo, que visa registar digitalmente e preservar sistematicamente as marcas de água e os tipos de papel (a conjunção da marca de água e o número e tamanho das pautas desenhadas pelos rastra) dos manuscritos musicais. Serão também gravadas as caligrafias literárias e musicais dos copistas e compositores envolvidos (o fundo inclui um número significativo de autógrafos). A correspondente página online permitirá o acesso livre e gratuito às bases de dados correlacionadas resultantes (marcas de água / tipos de papel e caligrafias). A base de dados de marcas de água também estará disponível no Bernstein Project: the Memory of Paper, o maior projeto internacional do seu tipo (em 10 idiomas), que inclui 56 bases de dados e mais de 320.000 marcas de água pesquisáveis de 22 países.
A mostra, inédita em Portugal, apresenta cerca de três dezenas de marcas de água e as caligrafias de alguns compositores (portugueses e italianos) e copistas. Entre os compositores destacam-se Niccolò Jommelli (1714-1774), João de Sousa Carvalho (1745-1798), António Leal Moreira, Giuseppe Totti (17??-1833), Marcos Portugal e Frei José Marques e Silva. Entre os copistas que foi possível identificar, são exibidas obras pela mão de Joaquim Casimiro da Silva (1767-1860), Manoel Marques Lagoa (c. 1780-1810) e Isidoro Simões Martins (fl. 1810-1837), que se distinguiram no contexto da produção de manuscritos nas capelas reais e na Santa Igreja Patriarcal, onde a música era indispensável.
Com o apoio do Museu do Papel Terras de Santa Maria, o fabrico manual de papel será exemplificado através da exibição de alguns apetrechos essenciais: a tina, os moldes e o estendal.
Comissário: António Jorge Marques
Fonte: bnportugal.pt
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