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CICLO DE SEMINÁRIOS | Ciência e Cultura. Quebrar fronteiras – Doença mental temporária (…) | 29 jan. ’24 | 14h30-16h30 | BNP – Sala de Formação

CICLO DE SEMINÁRIOS | Ciência e Cultura. Quebrar fronteiras - Doença mental temporária (...) | 29 jan. '24 | 14h30-16h30 | BNP - Sala de Formação

Ciência e Cultura. Quebrar fronteiras
Doença mental temporária, construção social, viés científico.
Definir a histeria

CICLO DE SEMINÁRIOS | 29 jan. ’24 | 14h30-16h30 | Sala de Formação | Entrada livre

A primeira sessão do Ciclo de Seminários “Ciência e Cultura – Quebrar Fronteiras” é dinamizada por Moreno Paulon (CHAM – Centro de Humanidades, NOVA FCSH) e subordinada ao tema “Doença mental temporária, construção social, viés científico. Definir a histeria”.

Resumo

Is justified true belief knowledge? Essa a pergunta de Edmund Gettier ainda na década de 1960, abordando o tema das condições necessárias e suficientes para alguém conhecer uma determinada proposição.

Desde então, a discussão enriqueceu. Vários filósofos da ciência e epistemólogos sublinharam frequentemente a importância do contexto envolvente no fornecimento da estrutura para que o conhecimento aconteça, perguntando: em que condições um sujeito está justificado para acreditar que sabe alguma coisa?

A questão é particularmente interessante aplicada às definições científicas, que pretendem ser universalmente válidas e objetivas.

Diante do apagamento de categorias nosológicas como “fuga”, “transtorno de personalidade múltipla”, “homossexualidade” e “histeria” do DSM da psiquiatria, o filósofo Ian Hacking as descreveu como “doenças mentais transitórias”, definindo as condições que tornaram possível a sua existência pela comunidade científica:

«By a ”transient mental illness” I mean an illness that appears at a time, in a place, and later fades away. […] I do not mean that it comes and goes in this or that patient, but that this type of madness exists only at certain times and places. The most famous candidate for a transient mental illness is hysteria».

Ian Hacking, Mad Travelers

A definição de Hacking abre a porta para uma série de questões sobre o status dessas categorias científicas. Entre elas:
– Este modelo fornece uma ferramenta satisfatória para descrever a evolução do conhecimento científico na psiquiatria?
– Como distinguir entre uma crença verdadeira justificada e uma crença falsa justificada?
– A temporalidade é de alguma forma relevante para garantir a realidade de tais doenças?
– Quais são os correlativos objetivos que tornam uma crença justificada ou não, verdadeira ou falsa?

Estas serão algumas das questões abordadas nesta sessão.

Sobre o autor

Moreno PaulonMoreno Paulon é investigador integrado do CHAM e doutorando em Epistemologia na Universidade NOVA de Lisboa – FCSH, tendo o seu trabalho financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Licenciado em literatura contemporânea e linguística com uma pesquisa sobre a filosofia do absurdo de Albert Camus, concluiu um mestrado em ciências antropológicas, tendo realizado pesquisas de campo no Sudeste Asiático e na Grécia.

Os seus interesses de investigação incluem a filosofia da ciência, os estudos de género, a antropologia cultural, a psicologia e a teoria literária.

Mais informações: bnportugal.pt

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Quando no final dos anos 50 e princípios de 60 se tornou evidente uma crise no regime do Estado Novo, logo acompanhada do início da guerra colonial, a historiografia portuguesa dava já sinais de renovação, em contacto com as práticas e teorias que noutras geografias se iam desenvolvendo. O Dicionário de História de Portugal (1963-71) de Joel Serrão, foi então uma expressão dessa mudança que se vinha desenhando desde o pós-guerra

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