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Divulgação CulturalCOLÓQUIO INTERNACIONAL | Espaços de Confinamento: Memórias da Repressão e Colonialidade | 28 out. ’24 | 10h00 | Auditório
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Espaços de Confinamento: Memórias da Repressão e Colonialidade
COLÓQUIO INTERNACIONAL | 28 out. ’24 | 10h00-18H00 | Auditório BNP | Entrada livre
29-30 out. ’24| 10h00-18h00| Museu do Aljube – Resistência e Liberdade | Entrada livre
No dia 1 de maio comemorou-se o 50.º aniversário (1974-2024) da libertação dos presos que estavam encarcerados no Campo de Concentração do Tarrafal, na ilha de Santiago, em Cabo Verde. Esse Campo foi fundado pela ditadura salazarista em 1936 sob a designação eufemística de Colónia Penal de Cabo Verde com o propósito de reprimir e encarcerar os opositores do salazarismo. De 1936 a 1954 foram confinados no Tarrafal centenas de portugueses condenados como presos políticos; e de 1961 a 1974 centenas de militantes anticolonialistas de Angola, Guiné e Cabo Verde que lutavam pela independência das colónias portuguesas em África. Torturas, doenças, mortes, censura, trabalho forçado e outras práticas repressivas caraterizaram o regime de confinamento executado na prisão do Tarrafal (Barros 2009). Deste ponto de vista, a história dessa prisão deve ser interpretada como parte integrante das políticas de confinamento colonial e das práticas de violência política que regimes ditatoriais (dentre eles o Estado Novo) executaram em diferentes partes do globo ao longo do século XX. Ao mesmo tempo, o confinamento colonial não pode ser desligado da história global da expansão imperial europeia e dos colonialismos (Coates 2001; Bernault 2003; Vansina 2003 ; Havik, Janeiro, Oliveira & Pimentel 2021; Bruce-Lockhart 2022; Angelo 2023).
A detenção (como prática de controlo) e a segregação (como mecanismo de gerar diferenças) foram exercidas em espaços pensados e instituídos como ‘exceção’ (Agamben, 1996) e como instrumentos para gerir pessoas consideradas como ‘surplus’ ou perigosas para a ordem dominante. O conceito forma campo sugerido por Federico Rahola num ensaio de 2007 implica a reinterpretação dos confinamentos coloniais e pós-coloniais, tanto pela sua perspetiva de duração como pela adaptação contemporânea das práticas de detenção, inclusive para aqueles que Didier Fassin designa de ‘nómadas transnacionais precários – refugiados ou migrantes, requerentes de asilo ou estrangeiros em situação irregular’ (Fassin 2021). Os espaços e as culturas de confinamento (Dikötter & Brown 2007; Morelle, Le Marcis & Hornberger 2021) revelam muito sobre as geografias de exclusão e de desigualdades (Gilmore 2023).
Tomando como evocação memorial o 88.º aniversário da abertura da prisão colonial do Tarrafal em Cabo Verde (29 de outubro 1936 – 29 de outubro 2024), este Colóquio Internacional visa ampliar o debate sobre antigas e novas práticas de confinamento, nas suas múltiplas declinações e modalidades. Pretende-se discutir a forma campo, por um lado, numa perspetiva histórica, assim como as diferentes práticas de encarceramento colonial. Por outro, é intenção deste Colóquio refletir de forma alargada e transdisciplinar sobre os espaços, as memórias, as narrativas e as experiências de detenção, e a forma como os seus legados marcam a genealogia de práticas contemporâneas de confinamento.
Organização:
Livia Apa [CEsac-Unior – Centro Studi sull’Africa Contemporanea, Università di Napoli] & Víctor Barros [IHC/IN2PAST – NOVA FCSH – Instituto de História Contemporânea, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa / IN2PAST – Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território]
Fonte: bnportugal.pt
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A Ideia, então «órgão anarquista específico de expressão portuguesa», foi fundada por João Freire em Paris em abril de 1974. Era, de certa maneira, uma herança do espírito de “Maio de 68” que se queria fazer alargar, também em língua portuguesa. Assim, esteve no cerne da realização, em julho de 1974, de um grande comício anarquista internacional, que encheu a ‘Voz do Operário’ de Lisboa.