Destaques
quadros comentados“Farinelli”, “Farinelli”, “Ao espelho”, “Fazendo amor” e “Lili Elbe”
Concerto para violino nº 8 em E menor
Em tempos idos, tornou-se vulgar e aceitável, pelas sociedades europeias, a prática da castração em adolescentes do sexo masculino, para que a sua voz pudesse adquirir características tímbricas singulares que os tonassem capazes de desempenhar determinados papéis específicos nalgumas peças de ópera ou de índole coral. Esta prática, começou a ser proibida nos finais do século XIX, mas prolongou-se ainda, de forma algo clandestina, até aos inícios da segunda década do século XX. À luz da ética médica atual é, evidentemente, completamente inaceitável. O mais famoso “castrato” de sempre foi Farinelli, um italiano que viveu no século XVIII e fez furor em muitos palcos de teatros em cidades de países europeus. Aqui se exibem três quadros alusivos à sua pessoa. Foi objeto de um filme que foi estreado na última década do século passado, onde o seu relacionamento com o compositor germânico Georg Haendel, devido à disputa que teve como origem o facto de ambos pretenderem saber quem deveria ter direito a ser merecedor do protagonismo e da fama consequente à exibição de tais representações, se o intérprete, se o compositor das peças apresentadas em público, constituiu um dos aspetos mais marcantes, e que foi explorado pelo seu realizador. Certamente que tal, se ocorreu de facto, não poderia ser, no que concerne ao cantor, mais do que a sublimação de outras frustrações de índole muito mais íntima e importantes, pois estava biologicamente impedido, por decisão alheia e irreversível, tomada um bom par de anos antes (que incluía sempre a óbvia conivência dos próprios pais), de ter uma sexualidade conforme os seus desejos. E, este, é, nos nossos dias, um grande problema que afeta muitas pessoas. Ou seja, a aceitação, pelo próprio e pelos outros, do direito a ter o tipo de sexualidade que o realize enquanto ser humano, independentemente dos determinantes genéticos ou endocrinológicos, ou sequer do julgamento social.
Tal foi ainda o caso da pintora dinamarquesa, que terá nascido homem, embora alguns autores admitam que padecesse de um Síndroma de Klinefelter (XXY), e se chamava inicialmente Einar Wegner. Foi um dos primeiros transgéneros da história da medicina. Adotou o nome de Lili Elbe e casou, primeiro, com uma outra pintora do seu país, Gerda Gottlieb, tendo posteriormente ficado noiva do francês Claude Lejeune, de quem pretendeu engravidar. Fez um conjunto de várias cirurgias na Alemanha, numa clínica de Dresden, que foi pouco tempo depois, encerrada pelas autoridades do regime de Hitler. Faleceu de um processo infecioso, em 1931, na sequência da última operação, quando se preparava para encetar o seu projeto de poder vir a ser mãe. Escreveu uma auto-biografia e a sua história foi contada num filme estreado em 2015, com o título de “A rapariga dinamarquesa”.
“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”
Um dos atributos mais nobres do médico é o de ser capaz de descodificar, através da observação clínica, os estados de alma dos seus doentes. Nas expressões faciais. No olhar. Nos gestos
“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”
Existe um debate, desde há muitos anos, acerca da natureza da Medicina: Arte ou Ciência, pergunta-se? Possivelmente, direi, ambas!
“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”
O(s) autor(es) o livro intitulado “QuimioRadiolândia: Viagem sem regresso a uma fortaleza chamada oncologia”, aí escalpelizam toda problemática do relacionamento médico-doente na vertente de utilizadores dos serviços de saúde