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“Pestilência”, “John Snow”, “Cena de canibalismo no Brasil”

“Pestilência”, “John Snow”, “Cena de canibalismo no Brasil”

“Pestilência” (1928) (Hugh Breckenbridge, 1870-1937), “John Snow” (1857) (Autor desconhecido), “Cena de canibalismo no Brasil” (1644) (Jan Kessell, 1626-1679)

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A saúde pública aborda o “eu coletivo” na sua maior dimensão possível: o da comunidade inteira de uma região, país ou continente. As antigas “pestes” e as novas “pestilências” sempre fustigaram as civilizações ao longo das diversas épocas, e, muito possivelmente, nunca deixarão de o fazer. Existem muito mais microrganismos por conhecer do que aqueles que já foram identificados, taxonomicamente classificados ou cuja estrutura genómica se conseguiu descodificar. As alterações climáticas, com reflexos diretos nos nichos ecológicos ainda por desbravar ou que estão a sê-lo de forma descontrolada, a escassez de alimentos que faz o homem devorar aquilo que seria antes impensável, ou a promoção da pecuária e da agricultura superintensivas, certamente que irão trazer consequências que, muito possivelmente, tenderão a agravar estes problemas de futuro, se a situação não for invertida, tendo em consideração padrões de desenvolvimento sustentáveis. As doenças por priões, são, disso, um exemplo paradigmático.

John Snow, o introdutor da anestesia em Inglaterra, e que anestesiou pela primeira vez a Rainha Vitória aquando do parto de dois dos seus nove filhos, ficou célebre por ter detetado a origem da última epidemia de cólera que afetou Londres e que serviu de exemplo a toda a investigação epidemiológica que a partir dali se passou a fazer, perante qualquer surto de doença contagiosa com potencial impacto em saúde pública em mais larga escala.

Tudo isto embrinca, como se sabe, nas consequências que as políticas gerais de saúde têm na comunidade, porque sem estratégia e sem os meios adequados, as respostas ficarão sempre aquém do exigível e serão os cidadãos e as comunidades a sofrerem os nefastos efeitos que daí advêm.

 

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