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quadros comentados

“Auto-retrato com a orelha cortada”, “Asilo de São Paulo” (1889) e “Retrato de um doente”, “Casa dos Loucos”, “Philippe Pinel libertando os lunáticos da Salpêtriére”

“Auto-retrato com a orelha cortada”, “Asilo de São Paulo” (1889) e “Retrato de um doente”, “Casa dos Loucos”, “Philippe Pinel libertando os lunáticos da Salpêtriére”
“Auto-retrato com a orelha cortada”, “Asilo de São Paulo” (1889) e “Retrato de um doente”, “Casa dos Loucos”, “Philippe Pinel libertando os lunáticos da Salpêtriére”
“Auto-retrato com a orelha cortada”, “Hospital de Arles” (1889), “Asilo de São Paulo” (1889) e “Retrato de um doente” (1889) de Vincent van Gogh, 1853-1890, “Casa dos Loucos” (1914) (Erich Heckel, 1883-1970), “Philippe Pinel libertando os lunáticos da Salpêtriére” (1876) e “Philippe Pinel libertando os lunáticos da Salpêtriére” (1870) (Tony Fleury, 1837-1912)
Citação em destaque

Apesar de se desconhecerem as razões pelas quais o pintor alemão Erich Heckel (um dos arautos da “arte degenerada”, segundo os padrões estéticos do nazismo) terá pintado o quadro que aqui se apresenta (no qual as fácies dos personagens falam por si), já no que se refere ao genial pintor holandês, Vincent van Gogh, sabe-se que se auto-mutilou numa orelha (admitindo-se que depois de um desentendimento com o seu amigo e também pintor, o francês Paul Gauguin), após o que foi internado, primeiro no “Hospital des Arles”, de onde foi transferido para o Asilo Psiquiátrico de “S. Paulo de Rémi-de-Provence”, em plena Côte-d´Azur. Deixou muitas obras relativas a estes episódios, incluindo da enfermaria, do átrio de entrada e de doentes (como aqui se apresenta). Os seus patobiógrafos discutem acaloradamente quais as doenças de que padeceria (admitindo-se, entre outras- epilepsia, doença bipolar, esquizofrenia, porfiria, intoxicação por chumbo, dependência de absinto, intoxicação digitálica, etc.). Do que não há quaisquer dúvidas, é que foi dos pintores mais geniais que a Humanidade já teve.

Os últimos dois quadros fazem alusão ao grande médico francês, Philipe Pinel, um dos primeiros a dedicar-se ao estudo das doenças psiquiátricas no Hospital da Salpétriére, onde se juntavam, nos séculos XVIII e XIX, numa incongruente amálgama muito heterogénea, criminosos, indigentes, marginais, prostitutas, sifilíticos, epiléticos, para além de dementes e de insanos, ou seja, todos aqueles que eram potencialmente capazes de perturbar a vida social, dita normal, dos restantes cidadãos. Foi um médico que se preocupou muito em procurar a verdadeira etiologia das doenças, tal como em classificá-las, invocando os princípios hipocráticos para se opor à utilização indiscriminada do isolamento institucional deste tipo de pessoas.

 

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