Destaques
quadros comentados“Auto-retrato com a orelha cortada”, “Asilo de São Paulo” (1889) e “Retrato de um doente”, “Casa dos Loucos”, “Philippe Pinel libertando os lunáticos da Salpêtriére”
Impromptu D935
Apesar de se desconhecerem as razões pelas quais o pintor alemão Erich Heckel (um dos arautos da “arte degenerada”, segundo os padrões estéticos do nazismo) terá pintado o quadro que aqui se apresenta (no qual as fácies dos personagens falam por si), já no que se refere ao genial pintor holandês, Vincent van Gogh, sabe-se que se auto-mutilou numa orelha (admitindo-se que depois de um desentendimento com o seu amigo e também pintor, o francês Paul Gauguin), após o que foi internado, primeiro no “Hospital des Arles”, de onde foi transferido para o Asilo Psiquiátrico de “S. Paulo de Rémi-de-Provence”, em plena Côte-d´Azur. Deixou muitas obras relativas a estes episódios, incluindo da enfermaria, do átrio de entrada e de doentes (como aqui se apresenta). Os seus patobiógrafos discutem acaloradamente quais as doenças de que padeceria (admitindo-se, entre outras- epilepsia, doença bipolar, esquizofrenia, porfiria, intoxicação por chumbo, dependência de absinto, intoxicação digitálica, etc.). Do que não há quaisquer dúvidas, é que foi dos pintores mais geniais que a Humanidade já teve.
Os últimos dois quadros fazem alusão ao grande médico francês, Philipe Pinel, um dos primeiros a dedicar-se ao estudo das doenças psiquiátricas no Hospital da Salpétriére, onde se juntavam, nos séculos XVIII e XIX, numa incongruente amálgama muito heterogénea, criminosos, indigentes, marginais, prostitutas, sifilíticos, epiléticos, para além de dementes e de insanos, ou seja, todos aqueles que eram potencialmente capazes de perturbar a vida social, dita normal, dos restantes cidadãos. Foi um médico que se preocupou muito em procurar a verdadeira etiologia das doenças, tal como em classificá-las, invocando os princípios hipocráticos para se opor à utilização indiscriminada do isolamento institucional deste tipo de pessoas.
“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”
Um dos atributos mais nobres do médico é o de ser capaz de descodificar, através da observação clínica, os estados de alma dos seus doentes. Nas expressões faciais. No olhar. Nos gestos
“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”
Existe um debate, desde há muitos anos, acerca da natureza da Medicina: Arte ou Ciência, pergunta-se? Possivelmente, direi, ambas!
“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”
O(s) autor(es) o livro intitulado “QuimioRadiolândia: Viagem sem regresso a uma fortaleza chamada oncologia”, aí escalpelizam toda problemática do relacionamento médico-doente na vertente de utilizadores dos serviços de saúde