Destaques
quadros comentados“A criança doente”, “A observação”, “O garrotilho”, “Triste herança”, “Hospital pediátrico de Sarajevo”
Sonata nº 55
O pediatra tem a necessidade de estabelecer amiúde, por inerência, uma grande multiplicidade de relacionamentos profissionais, para cumprir adequadamente a sua missão. Pelo menos, com a criança e com os seus pais, mas, também, muitas vezes, com uma série de outros “atores”, o que pode incluir, os avós, os irmãos, a ama, o responsável do infantário, o professor ou educador, para além de outros técnicos de saúde (enfermeiros, farmacêuticos, dietistas, fisioterapeutas, odontologistas e psicólogos) a par de assistentes socias e tribunais de família, em função das necessidades objetivas de cada caso e de cada episódio. A falta de autonomia decorrente da idade, nuns casos, a necessidade de garantir outro tipo de apoios complementares de âmbito social, noutros, ou a imperiosidade de denunciar eventuais maus tratos, a isso obrigam. Felizmente, longe vão os tempos em que as doenças mais temidas, entre as que eram então particularmente prevalentes, por deixarem eventuais sequelas importantes, ou por poderem fazer perigar a própria vida dos afetados (como no caso da difteria ou garrotilho, e da poliomielite, aqui retratados), porque a isso condicionou a estratégia de vacinação obrigatória na infância, mau grado as nefastas campanhas agora tão em voga, que importa saber entender e combater com eficácia e determinação. Convém realçar que, tal como o grande pintor valenciano, Joaquim Sorolla, que teve a coragem de utilizar a sua pintura como meio de denúncia social de algo que afetava dramaticamente dezenas de jovens na sua terra natal, e por isso sofreu alguns dissabores, também o médico, em geral, e o pediatra, em particular, tem de ter a coragem de ter idêntico posicionamento, pois a isso está deontologicamente vinculado, independentemente de as doenças mais graves que afetam hoje em dia este estrato populacional ser de diversa ordem, evolução que remete, em grande parte, para o desenvolvimento vertiginoso da tecnologia aplicada à medicina.
O exemplo das imunodeficiências primárias é, pois, também particularmente ilustrativo. Mas, sem descurarmos, porém, as velhas enfermidades, como o sarampo, que, como se tem estado a constatar, reemergem ameaçadoramente sempre que a imunidade individual e a de grupo se reduzem abaixo de determinados índices que são por de mais conhecidos. Para que a alegria não possa nunca desaparecer dos rostos das crianças, mesmo em contextos particularmente adversos, conforme tão bem ficou expresso na pintura de Keavin Weaver, artista que se tem particularmente dedicado a deixar registos pictóricos alusivos às zonas do mundo onde se registam conflitos bélicos, como forma, também, de promover a consciencialização social dos cidadãos.
“Mal de Amores”, “O Beijo”, “Homem velho com saudades”, “Autorretrato, enquanto Homem desesperado”, “Autorretrato” e “Retrato de Roma”, “Oscar Dominguez”
Um dos atributos mais nobres do médico é o de ser capaz de descodificar, através da observação clínica, os estados de alma dos seus doentes. Nas expressões faciais. No olhar. Nos gestos
“John Locke”, “Baruch Spinosa”, “Pedro Nunes”, “De humani corpis fabrica”, “Estudos de anatomia”, “Estudo Anatómico”
Existe um debate, desde há muitos anos, acerca da natureza da Medicina: Arte ou Ciência, pergunta-se? Possivelmente, direi, ambas!
“Um abraço do Universo a mim e ao Diego”, “Saudade”
O(s) autor(es) o livro intitulado “QuimioRadiolândia: Viagem sem regresso a uma fortaleza chamada oncologia”, aí escalpelizam toda problemática do relacionamento médico-doente na vertente de utilizadores dos serviços de saúde