A fisiatria é a especialidade, por excelência, da reabilitação funcional (músculo-esquelética, traumatológica, respiratória, cardíaca, da fala, etc.). A utilização de aparelhos no interior de um ginásio tem uma longa tradição na história da medicina, tal como se documenta nestes dois quadros, ambos referentes à época do primeiro grande conflito bélico mundial, em que os doentes são soldados ingleses a serem tratados na cidade de Bath.

Poder fazer alguém readquirir a mobilidade que perdeu, por via de um acidente ou de uma doença súbita grave, ou a capacidade de falar, por interferência de alguma complicação decorrente de uma doença de carácter médico, ou como sequela de uma intervenção cirúrgica, é algo que é percecionado pelo doente como um verdadeiro renascimento para a vida, o que tem óbvias e grandes implicações no relacionamento entre este e o seu médico, embora de uma forma muito mais sensível, quando tal êxito não é de todo possível de ser alcançado. Porque não é ético criarem-se falsas esperanças no espírito dos doentes, bem como esconder o prognóstico da doença aos que dela padecem.

A medicina não é, pois, uma ciência exata. A atividade clínica não é infalível e o médico não é omnipotente. E isto tem de ser do conhecimento dos cidadãos e dos doentes, tal como dos profissionais de saúde e das instituições. O que não se pode desculpar é a displicência, a incúria, o desconhecimento técnico-científico e a desumanização na prestação dos cuidados.