Medicina
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A história da Medicina confunde-se com a história da Humanidade tão simplesmente porque a doença existe desde sempre, o que provocou logicamente a necessidade do Homem tentar obviar aos seus nefastos efeitos, tanto sobre os indivíduos, como sobre a própria sociedade.
O Médico é, assim, presentemente, alguém que, tendo estudado toda esta complexa problemática do ponto de vista do conhecimento científico mais atual, está pois habilitado a prevenir, diagnosticar e tratar as doenças que afetam a espécie humana.
Tão importante como curar, deve ser a promoção do alívio do sofrimento em todas as circunstâncias em que isso seja necessário e possível, o que passa necessariamente por um conhecimento profundo do Homem enquanto Ser Humano, dos seus afetos, medos, ou dúvidas concretas acerca da causa e do prognóstico da sua doença, dos efeitos e consequências do tratamento que se revelar mais adequado, o que implica confrontar-se frequentemente com a dor, o sofrimento e a morte do seu doente e saber utilizar a empatia como um meio eficaz de tratamento.
O Médico deve também respeitar a individualidade do seu paciente, a sua autonomia, os seus valores, e esclarecer todas as questões relativas ao seu estado de saúde, bem como cooperar com o mesmo no sentido de se chegar a uma decisão o mais consensual e adequada possível no que se refere ao percurso diagnóstico e ao tratamento que lhe for aplicado.
Deve também saber utilizar com parcimónia os recursos tecnológicos e farmacológicos, não só respeitando prioritariamente o interesse objetivo do seu doente que estiver cientificamente comprovado, mas compatibilizando-o com o da sociedade, do país e o das suas instituições onde trabalhe, porque aqueles são finitos e isso não deve nem pode ser nunca ignorado, a bem da preservação da capacidade de se puderem tratar igualmente os outros doentes e as outras doenças, tanto hoje como no futuro, segundo os mesmos princípios.
Hipócrates (460 – 370 aC) de 1638 por Paul Rubens (1577-1640). Aquele que é unanimemente considerado como o “Pai da Medicina Ocidental” e cujo juramento feito por quase todos os recém-licenciados na grande maioria dos países ao longo de inúmeras gerações, tem justamente o seu venerável nome. Viveu na Grécia antiga e numa época em que a Ciência Médica era como que uma extensão da Filosofia, o que não deveria ter passado assim tanto de moda como o que a visão restritiva da denominada Medicina Baseada na Evidência pode fazer supor no imediato. A Humanização da prática médica e a sua adequada individualização são atributos que nunca foram tão necessários de serem promovidos como o demonstrou abundantemente aquele que é o verdadeiro Mestre dos Mestres e que, um certo dia, terá afirmado lapidarmente que a principal missão dos seus discípulos e o verdadeiro âmago da profissão seria o de “curar umas vezes, aliviar outras e confortar sempre”.